A chegada de Kolokoltsev para participar na cimeira UNCOPS-2024 foi anunciada através do Telegram pela missão permanente da Federação Russa junto da ONU.
Em Moscovo, a porta-voz do ministério, Irina Volk, adiantou hoje que Kolokoltsev terá reuniões bilaterais, incluindo com o secretário-geral adjunto das Nações Unidas para Operações de Paz, Jean-Pierre Lacroix.
Os EUA anunciaram sanções contra Kolokoltsev e outros altos funcionários russos em 25 de fevereiro de 2022, um dia após o início da invasão em larga escala da Ucrânia.
Apesar de ser sancionado, Kolokoltsev não consta da lista do Tesouro dos EUA de indivíduos proibidos de entrar nos EUA.
De acordo com um comunicado da ONU, a UNCOPS-2024, que decorre de 26 a 27 de junho, tem como objetivo “o fortalecimento da paz internacional, segurança e desenvolvimento para todos através do poder unificador e do papel facilitador da polícia nacional e das Nações Unidas”.
Citada pelo jornal digital Kyiv Independent, Volk referiu hoje que Kolokoltsev falou com Lacroix sobre o ataque ucraniano relatado no início de junho em Sevastopol, a Crimeia ocupada, e pediu uma avaliação da ONU.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou, citando informações não verificadas de forma independente, que a Ucrânia usou armas fornecidas pelos EUA no ataque, que supostamente matou quatro pessoas e feriu 151.
Kolokoltsev também pretende discutir com Lacroix o aumento de “sentimentos russofóbicos” em todo o mundo, adiantou Volk.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais, que também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
Os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
Lusa