"Paulo Cafôfo terá tempo para se pronunciar sobre a sua eventual intenção de ser militante do PS e sobre o seu futuro neste projeto", disse o secretário-geral do partido, João Pedro Vieira, durante a primeira reunião da comissão política após as eleições regionais e nacionais, que decorre no Funchal.
João Pedro Vieira explicou que a presença de Paulo Cafôfo na reunião significa, para já, que este "continua disponível" para liderar o "projeto de mudança" para a Madeira proposto pelo PS.
Nas regionais de 22 de setembro, os socialistas obtiveram o melhor resultado de sempre, com a eleição de 19 deputados, num total de 47, sendo que a lista era encabeçada pelo independente, eleito duas vezes presidente da Câmara Municipal do Funchal à frente de coligações lideradas pelo PS: Mudança em 2013 e Confiança em 2017.
João Pedro Vieira afirmou Paulo Cafôfo vai ocupar o seu lugar de deputado na Assembleia Legislativa Regional, sublinhando que o facto de ser independente "não é uma questão de maior" para o partido.
O secretário-geral disse, por outro lado, que a comissão política indicou os nomes de Miguel Iglésias, vice-presidente do partido e ex-chefe de gabinete de Cafôfo na Câmara do Funchal, para líder do grupo parlamentar.
Vítor Freitas, atual presidente do grupo parlamentar e antigo líder do PS, foi o nome proposto para ocupar uma das duas vice-presidências da Assembleia Legislativa.
"Reúnem todas as condições pessoais, profissionais e, acima de tudo, políticas para fazerem parte deste projeto", realçou o João Pedro Vieira.
O dirigente lamentou, por outro lado, que o CSD-PP tenha optado por coligar-se com o PSD para formar governo, uma vez que os sociais-democratas venceram as eleições, mas perderam a maioria absoluta com que sempre governaram o arquipélago.
"O CDS, perante as duas opções que tinha, de escolher dar continuidade ao governo [do PSD] de 43 anos ou de viabilizar um governo [do PS] que permitisse uma mudança na região, optou por dar continuidade a um governo do PSD que não trouxe nada de novo nos últimos quatro anos", considerou.
O PSD e o CDS-PP formalizaram na terça-feira um acordo de coligação, alicerçado na maioria parlamentar de 24 deputados de que dispõem: 21 social-democratas e três centristas.