O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, considerou hoje ser "prematuro", "descabido" e do domínio da "especulação" falar numa aliança com o CDS para as próximas eleições legislativas regionais, em 2019.
"Nós, neste momento, temos de olhar para o desenvolvimento do próprio quadro político nacional e regional e seria especulação e descabido estarmos a traçar cenários", disse Miguel Albuquerque aos jornalistas, à margem da cerimónia de tomada de posse nos três novos elementos do executivo madeirense, no Funchal.
O social-democrata fez uma remodelação governamental, tendo criado uma vice-presidência que tem como responsável Pedro Calado. Paula Cabaço e Amílcar Gonçalves, também hoje empossados, são os responsáveis, respetivamente, pelas secretarias do Turismo e Cultura, e dos Equipamentos e Infraestruturas.
Albuquerque reafirmou que "o partido que no espetro político regional está mais próximo do PSD é sem dúvida o CDS", mas sublinhou que "estar a desenhar cenários relativamente a um quadro de eleições regionais, neste momento, é muito prematuro".
O chefe do executivo regional também opinou que a criação de um "bloco central é muito perigoso para a democracia", além de "desnecessário".
No seu entender, "o importante para o país era encontrar era um conjunto de soluções de médio e longo prazo para alguns problemas estruturais", acrescentando que "no atual contexto isso é impossível".
Sobre os secretários regionais cessantes que vão ocupar os respetivos lugares no grupo parlamentar do PSD na Assembleia Legislativa da Madeira, realçou o "belíssimo trabalho" que efetuaram e disse que passam a ser "uma mais-valia pela experiência adquirida, pelo percurso político e cívico" para a bancada social-democrata.
Miguel Albuquerque reiterou que as alterações na orgânica governativa visaram fazer as "adaptações necessárias à nova conjuntura, que é de crescimento económico" no arquipélago.
Nas autarquias em que o PSD é oposição e que são governadas pela "geringonça de esquerda", sublinhou, o partido vai ter "um papel ativo, dinâmico, positivo, mas de rigoroso escrutínio da governação dessas câmaras e freguesias".
O governante foi questionado sobre a sua participação na 22.ª Conferência dos Presidentes das Regiões Ultraperiféricas, que decorre a partir de segunda-feira, na Guiana Francesa, na qual participa o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker.
Miguel Albuquerque sustentou que a União Europeia tem de entender as especificidades das diversas regiões ultraperiféricas, onde habitam cerca de quatro milhões de pessoas que não podem ser discriminadas.
"O Plano Juncker não foi aplicado nestas regiões e quem beneficiou do plano foram as regiões do centro da Europa, mais ricas", vincou.
Por isso, para o governante insular, "é preciso neste momento voltar ao Fundo de Coesão, a políticas de coesão económica e social".
"A nível das acessibilidades, é fundamental que a DG COMP [Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia] não se ponha com problemas a nível da concorrência quando está em causa a subsidiação do transporte aéreo, marítimo ou de mercadorias para as regiões ultraperiféricas", salientou.
LUSA