"Será o mais breve possível", disse Hugo Beras ao canal multi-estatal de televisão Telesul.
A redefinição tem lugar depois do partido venezuelano Ação Democrática (AD, um dos principais da aliança da oposição) ter suspendido a sua participação nas reuniões de diálogo, previstas para hoje e amanhã, acusando o ministro do Interior de declarações falsas e irresponsáveis.
Entretanto a aliança Mesa de Unidade Democrática (MUD, oposição) emitiu hoje um comunicado em que explica as razões da oposição para não estar presente no encontro que teria lugar em Santo Domingo, com a mediação dos ministros das Relações Exteriores do México, Chile, Paraguai e República Dominicana.
"Condenamos as declarações do ministro (venezuelano) do Interior e Justiça [venezuelano], Néstor Reverol por falsamente assegurar ter obtido informações sobre o ex-polícia Óscar Pérez, no último encontro de diálogo", explicou o documento, assinado por Júlio Borges, líder do partido opositor Primeiro Justiça.
No comunicado, a oposição insiste que devem estar presentes os ministros mediadores e que "o Governo (venezuelano) não desatou os nós que ficaram pendentes na última reunião, sobre temas eleitorais e institucionais".
Na terça-feira, durante uma conferência de imprensa em Caracas, Néstor Reverol, anunciou que o ex-polícia Óscar Pérez, e mais seis pessoas que o acompanhavam, tinham morrido na segunda-feira, durante uma operação policial para a sua captura.
Reverol afirmou na ocasião que a localização de Óscar Pérez foi possível graças a informações transmitidas por dirigentes da oposição presentes no diálogo.
Óscar Pérez era acusado de, em junho de 2017, ter usado um helicóptero do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (CICPC, antiga Polícia Técnica Judiciária), para disparar vários tiros contra a sede do Ministério do Interior e Justiça e arremessado quatro granadas contra o Supremo Tribunal de Justiça, que não causaram vítimas.
Era também acusado de, a 18 de dezembro, ter liderado um grupo de 49 homens que assaltou um comando da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar), de onde roubaram armas e munições e manietaram vários oficiais, em Laguneta de La Montaña, a sul de Caracas. Em nenhum dos casos houve vítimas.
A 16 de janeiro Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, advertiu que as negociações previstas para hoje e sexta-feira, na República Dominicana seriam "a última oportunidade" para a oposição.
LUSA