“Sou candidata à coordenação do Bloco de Esquerda", disse Mariana Mortágua numa conferência de imprensa na qual apresentou uma moção que será subscrita por cerca de 1.300 bloquistas.
Contando com "todas as pessoas que sentem que o Governo da maioria absoluta do PS desistiu e que só atira promessas para cima dos problemas", a candidata à liderança do BE acusou o partido de António Costa de de ter pretendido o "poder absoluto para deixar o país condenado ao desrespeito pela educação e pela saúde, consumido por quem especula com os preços, corroído pela corrupção e pela facilidade milionária dos favores".
"A maioria absoluta nunca foi outra coisa que não arrogância, intransigência e instabilidade", argumentou, considerando que se trata de "instabilidade de verdade" na vida das pessoas como no caso da habitação, "salários de miséria de professores" ou uma "sociedade dividida entre uma maioria que perde salário a cada dia que passa e uma pequena minoria, uma elite que lucra com a crise".
Para Mariana Mortágua, "as desigualdades não são um pauzinho na engrenagem", mas sim "um pedregulho que esmaga o futuro e para isso a direita não tem qualquer solução".
O fundador Luís Fazenda, os eurodeputados Marisa Matias e José Gusmão, a deputada Joana Mortágua ou os ex-deputados Jorge Costa e Moisés Ferreira eram alguns dos nomes presentes na sede do BE, onde foi feita esta conferência de imprensa.
Este anúncio surge duas semanas depois de a ainda coordenadora do BE, Catarina Martins, ter revelado que vai deixar a liderança do partido na Convenção Nacional de 27 e 28 de maio, que decorrerá em Lisboa.
Mariana Mortágua, que está no parlamento desde 2013 (entrando então para substituir Ana Drago), nasceu no Alvito e tem 36 anos.
É economista, tendo sido o rosto do partido nas comissões parlamentares de inquérito à banca e nas discussões do Orçamento do Estado, entre outros dossiês.
Com licenciatura, mestrado e doutoramento em economia, Mariana Mortágua conta já com algumas obras publicadas nesta área, duas delas em coautoria com o fundador e ex-líder do BE, Francisco Louçã.