Marcelo Rebelo de Sousa chegou no sábado aos Estados Unidos da América, onde ficará até quarta-feira, para participar no debate geral da 76.ª sessão da Assembleia Geral da ONU.
Hoje, pelas 11:00 locais (16:00 em Lisboa), o chefe de Estado irá prestar homenagem às vítimas do 11 de Setembro com a deposição de uma coroa de flores no memorial construído no local onde se situavam as Torres Gémeas – que o seu antecessor, Aníbal Cavaco Silva, também visitou, há dez anos.
Segundo o programa divulgado pela Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa estará com familiares de vítimas portuguesas e luso-americanas dos atentados terroristas de há vinte anos, que no total mataram quase três mil pessoas.
A sua reunião com António Guterres está marcada para as 17:20 locais (22:20 em Lisboa), no gabinete do secretário-geral da ONU.
No sábado, o Presidente da República defendeu que é necessário um reforço do diálogo e das organizações internacionais e que o terrorismo, o clima, as migrações, as pandemias e as crises económicas e sociais não podem ser enfrentados isoladamente por nenhum país.
No seu entender, "uma das lições destes 20 anos do 11 de Setembro, a grande lição, é que se pensou naquele momento que bastava ir a um ponto específico que era a origem daquilo que era considerado como o terrorismo mais perigoso para, demorando mais tempo ou menos tempo, extirpar ou liquidar o terrorismo", mas "o terrorismo multiplicou-se, ganhou outras formas, e a intervenção tem de ser conjunta e à escala global".
"Isto exige uma resposta diferente da comunidade internacional. Portanto, ao prestar-se homenagem às vítimas do 11 de Setembro temos de aprender a lição, que no 11 de Setembro começou a ser visível, de que há não um, há várias formas de terrorismo, não há uma localização precisa, há várias localizações na sua expansão, e que nenhuma potência, nenhum país, nem nenhuma coligação limitada consegue vencer, enfrentar os terrorismos, se não com a abertura a uma visão global, o reforço das organizações internacionais", afirmou.
Marcelo Rebelo de Sousa irá intervir perante a Assembleia Geral da ONU na terça-feira, primeiro dia do debate geral entre chefes de Estado e de Governo dos 193 Estados-membros desta organização, a que Portugal aderiu em 1955.
Sobre o seu discurso, o chefe de Estado adiantou no sábado que irá "saudar muito especialmente o secretário-geral [da ONU, António Guterres] reeleito por aclamação", considerando que isso constitui "um prestígio para Portugal e importa sublinhá-lo" e que irá "apoiar as prioridades dele para os próximos cinco anos".
Há três meses, quando António Guterres prestou juramento para um segundo mandato de cinco anos como secretário-geral da ONU, em 18 de junho, Marcelo Rebelo de Sousa esteve presente e falou perante a Assembleia Geral, elogiando a ação do antigo primeiro-ministro português à frente desta organização e o seu empenho no multilateralismo.