“Em nome do povo português, eu reafirmo o compromisso total de Portugal enquanto membro da NATO, enquanto fundador da NATO, onde e quando for preciso”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa no Comando Aéreo da Força Aérea, em Monsanto (Lisboa), num discurso em inglês no âmbito da cerimónia comemorativa do 20.º aniversário do Centro Conjunto de Análise e Lições Aprendidas (JALLC, na sigla em inglês) da NATO, sediado naquele complexo.
Nesta cerimónia – em que também marcou presença a ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras –, o chefe de Estado garantiu que Portugal mantém os seus compromissos na ajuda ao “corajoso povo ucraniano”, mas também “nos Países Bálticos, na Roménia, no Oceano Atlântico, no mar Mediterrâneo, na melhoria da informação, em ações de prevenção de ciberataque, em análise geoestratégica”.
“Nós estivemos, estamos e estaremos sempre preparados para cumprir [os compromissos da NATO], sem estados de espírito ou desculpas, até ao limite das nossas capacidades”, reiterou Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República sublinhou que foi precisamente devido a esse compromisso que Portugal foi “um dos últimos – senão o último [país] – a deixar o Afeganistão”, recordando ainda que o próprio foi “o último chefe de Estado a estar em Cabul, mesmo antes do início da pandemia, no final de 2019”.
“Permanecemos prontos e firmes, com os nossos soldados, nos campos de batalha mais difíceis, em todos os continentes, mas sobretudo na Europa”, frisou.
Abordando os 20 anos do JALLC, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que foram “20 anos de sucesso” e de “trabalho pela paz, liberdade, direitos humanos e democracia".
“Estes 20 anos celebram-se numa altura de guerra na Europa, uma guerra que não é apenas europeias, é global, porque os valores que estão em causa são globais, porque a lei internacional – que foi violada pela Federação Russa na Ucrânia – é global”, realçou.
O Presidente indicou assim que é “precisamente por isso que, nas últimas décadas, mais do que nunca", a NATO se tornou "muito mais do que uma Aliança de Estados ou uma Aliança de povos”.
“A NATO é uma garantia crucial de paz, segurança e respeito pela Carta das Nações, [é uma garantia] de liberdade e de dignidade humana”, disse.
Pouco antes de descerrar uma placa junto de uma oliveira para assinalar o 20.º aniversário do JALLC, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que a placa em questão “retrata o tempo de vida do JALLC, mas simboliza também os últimos 20 anos de paz e amizade entre os países da Aliança”.
“É um período difícil e os desafios são enormes. No entanto, eu acredito na paz e na amizade, eu acredito que os nossos valores são duradouros e que a Aliança, tal como a oliveira, irá sempre perdurar e florescer”, perspetivou.
Dirigindo-se ao Comandante Supremo do Comando Aliado da Transformação da NATO, o general Philippe Lavigne, que marcou presença na cerimónia, Marcelo Rebelo de Sousa desejou-lhe as “boas-vindas” a Portugal.
“Você está num país fiável, amigável e caloroso, que partilha os valores que distinguem a democracia da ditadura, a liberdade da opressão, a paz da guerra”, referiu.