Marcelo Rebelo de Sousa falava na 5.ª Conferência de Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, sobre o tema "Rumo a uma nova ordem mundial?".
Segundo o chefe de Estado, no atual contexto global é preciso, "a par das áreas sociais, valorizar as áreas de soberania, que tanto têm sido esquecidas, a política externa e a defesa nacional, de forma a conquistarem um lugar igualmente prioritário nas escolhas dos governos, o que implica amplo consenso político, para além de ciclos eleitorais".
O Presidente da República fez uma intervenção de 35 minutos nesta conferência, sobre a situação internacional, considerando que "uma era marcada por tentativas de acomodação do espaço vital das grandes potências" deu lugar a "uma nova fase progressivamente pautada pela competição aberta".
"Nalguns casos, a roçar a beligerância política e comercial, noutros a ameaça de confrontação militar ou a confrontação por interpostos aliados. Em qualquer caso, é confrontação. E a expressão última da confrontação vivemo-la há mais de seis meses", acrescentou, referindo-se à invasão da Ucrânia pela Federação Russa.
Neste contexto, defendeu que é necessária uma "reformulação das instituições internacionais" e que "nunca como nos tempos que correm e correrão o reforço de meios ao dispor da diplomacia foi tão importante", porque "sem ela, sem organizações internacionais, sem direito internacional, tudo mais será letra morta".
"É por isso que as opões orçamentais dos Estados são cada vez mais complexas, porque têm de, a par das áreas sociais, valorizar as áreas de soberania, que tanto têm sido esquecidas, a política externa e a defesa nacional, de forma a conquistarem um lugar igualmente prioritário nas escolhas dos governos, o que implica amplo consenso político, para além de ciclos eleitorais", acrescentou.