O líder do PS/Madeira criticou hoje o primeiro-ministro por não se ter reunido com o presidente da câmara do Porto Santo, considerando que foi um ato de "desconsideração" para com todos os porto-santenses.
Carlos Pereira, que hoje também se deslocou aquela ilha para dar início a uma ronda reuniões com os autarcas do PS, apontou "a surpresa pela ausência da presença do primeiro-ministro junto da Câmara Municipal do Porto Santo para se inteirar dos problemas, sendo que alguns deles têm de ter resposta do ponto de vista nacional e do Governo".
Pedro Passos Coelho termina hoje na ilha do Porto Santo a primeira visita oficial de dois dias que efetuou à Região Autónoma da Madeira.
Para o responsável socialista, "esta total desconsideração para com a Câmara Municipal do Porto Santo é uma desconsideração para com os porto-santenses", adiantando que se "perdeu esta oportunidade do Governo e Governo Regional mostrarem que estavam com os porto-santenses".
Carlos Pereira salientou existir "satisfação" pelo anúncio, segunda-feira, feito pelos chefes dos governos central e regional, da implementação do modelo de viagens aéreas, com um teto máximo de 86 euros para residentes e 65 para estudantes, que os partidos da oposição "defenderam sistematicamente", argumentando que a demora do executivo da República em tomar esta decisão teve um sobrecusto superior a 50 milhões de euros para os madeirenses.
"Este tempo prolongado para uma decisão desta natureza não é um bom cartaz e não queremos sequer pensar que isto só se toma agora porque há eleições nacionais ou por aquele mal-estar entre os dois governos que já não existe, porque há companheirismo e amizade" entre os atuais responsáveis dos dois executivos, Pedro Passos Coelho e Miguel Albuquerque.
O líder socialista sublinhou que "esta birra" entre Passos Coelho e Alberto João Jardim, acabou por ter "efeitos graves, 50 milhões de euros de sobrecusto que os madeirenses estão a suportar", salientando que é uma situação "complicada e lamentável, que exige explicações dos responsáveis por esta matéria".
Carlos Pereira também considerou que existe um "seguidismo" do atual governo madeirense em relação ao executivo central e destacou, em matéria de transportes aéreos, não foi incluída qualquer reserva em relação ao Porto Santo", vincando que o primeiro-ministro deve esclarecer se o teto máximo é igual para os residentes nesta ilha.
O presidente do PS/M declarou ainda que "ficaram muitas dúvidas" em relação às matérias acordadas entre os governantes, defendendo que, na questão da ligação marítima, a solução deve incluir também a passagem do barco pelo Porto Santo e realçou que o custo exagerado das viagens de ligação entre as duas ilhas, cujo preço é equivalente ao teto máximo que vai ser aplicado no transporte aéreo.
O responsável anunciou que o partido vai intervir para anular o que classificou de situação "absurda", que é o facto de uma empresa que tem o contrato de concessão desta linha impor, sobrepondo-se ao governo regional, a utilização de um cartão de residente para as pessoas que habitam no Porto Santo.