O líder parlamentar do CDS na Assembleia da República, Nuno Magalhães, declarou ontem que a bancada centrista vai apresentar propostas de alteração ao Orçamento do Estado/2018 para viabilizar a construção do novo hospital da Madeira.
“Iremos fazer uma proposta para que seja incluído no Orçamento do Estado [2018] uma verba de 5,6 milhões de euros para que se possa avançar com a promessa [de expropriações dos terrenos para a contrução] do novo hospital com mais de metade do contributo pelo Governo da República”, disse Nuno Magalhães, numa conferência de imprensa, no Funchal.
O líder da bancada centrista nacional está a efetuar uma visita de dois dias à Região Autónoma da Madeira, após a apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2018.
O responsável da bancada centrista em São Bento salientou que o partido “vai novamente apresentar a verba da dotação da construção do novo hospital” na Madeira, que tem um custo total estimado em 340 milhões de euros, argumentando que é um “compromisso assumido pelo Governo”, que seria “já uma realidade" em 2017.
Segundo Nuno Magalhães, o primeiro-ministro “desmentiu-se a si próprio” nesta matéria e agora “disse que vai ser criado um grupo de trabalho para estudar a viabilidade” deste projeto, considerando que há “uma espécie de empurrar de culpas para o Governo Regional” nesta matéria.
Para o político, “é inaceitável” a situação em torno deste projeto, porque se “perdeu tempo com promessas de mais e obras de menos”.
Na área do trabalho, segundo Nuno Magalhães “só é possível mais economia com mais investimento, gerar trabalho e receita”, sendo necessário “mais economia, mais investimento”.
Nesta matéria, defendeu ser necessário “alterar o Registo Internacional de Navios, no âmbito Centro Internacional Negócios da Madeira (CINM)”, opinando ser um “importante instrumento para a dinamização da economia local, criação da postos de trabalho” e necessário “simplificar e descentralizar”.
Segundo Nuno Magalhães, “isto quer dizer que o Simplex ainda não chegou à Madeira”.
Na opinião do político, é necessário também, em sede de Orçamento para 2018, “combater os custos da insularidade”, o que passa pela “revisão de subsídio de mobilidade”.
Outro aspeto mencionado por Nuno Magalhães "foi o atraso no apoio aos prejuízos provocados pelos incêndios de agosto de 2017, apontando que a Madeira deve receber os 5,5 milhões de euros do programa Sociohabita, tendo auferido apenas “176 mil euros”.
A questão da situação do retorno dos cidadãos da Venezuela à Madeira foi outro aspeto apontado pelo líder do CDS, salientando estar prevista uma verba de um milhão de euros e que o partido vai “inscrever no OE [2018] para que, do ponto de vista da reintegração e emprego, seja uma realidade”.
“Iremos dentro desta semana e meia poder estudar a melhor forma de aligeirar esta carga pesada para Região Autónoma da Madeira”, garantiu.
O programa da visita de Nuno Magalhães à Madeira inclui, esta quarta-feira, uma visita às juntas de freguesia de São Jorge, Ilha e Santana, concelho da costa norte que é o único governado pelo CDS.
LUSA