Com a decisão, a juíza Tanya Chutkan, do tribunal federal do distrito de Columbia, em Washington, procurou estabelecer um meio-termo entre as preocupações dos procuradores, que temem que Trump comprometa a integridade do caso ao partilhar informações nas redes sociais, e dos advogados do ex-presidente, que se opõem a qualquer limite à sua liberdade de expressão.
"O sr. Trump, como qualquer outro cidadão americano, tem o direito à liberdade de expressão consagrado na Primeira Emenda da Constituição. No entanto, esse direito não é absoluto", sublinhou Chutkan durante uma audiência em tribunal.
A juíza alertou a defesa de que Trump não pode utilizar a sua rede social – Truth Social – para intimidar testemunhas e garantiu que irá monitorizar de perto as suas declarações, quer às televisões, quer nas redes sociais e nos seus comícios de campanha para as presidenciais de 2024.
Tanya Chutkan determinou também que o procurador especial encarregado pela investigação, Jack Smith, pode solicitar individualmente que algumas provas sejam mantidas em sigilo, para que Trump não as possa tornar públicas.
Smith tinha pedido à juíza que proibisse Trump de divulgar as provas recolhidas pela investigação, após o magnata republicano ter divulgado nas redes sociais: "Se você for atrás de mim, eu irei atrás de você".
A audiência que decorreu hoje no tribunal federal de Washington contou com a presença apenas dos advogados de Trump.
Na semana passada, Trump compareceu perante o tribunal para se declarar inociente dos quatro crimes que lhe são imputados por tentar reverter os resultados das eleições de 2020, nas quais perdeu para o atual Presidente, o democrata Joe Biden, e por instigar o ataque contra o Capitólio dos EUA, em 06 de janeiro de 2021.
Esta foi a terceira acusação criminal contra o ex-presidente, acusado também em Nova Iorque de falsificar documentos comerciais num caso que envolveu a atriz pornográfica Stormy Daniels, com quem o ex-presidente teve um caso em 2006, e de ter comprometido a segurança dos Estados Unidos ao manter documentos classificados após a sua saída da Casa Branca em janeiro de 2021, incluindo planos militares ou informações sobre armas nucleares.
Em todos os casos, Trump declarou-se inocente.
Apesar dos seus problemas com a justiça, Trump é o claro favorito para vencer as primárias Republicanas em 2024 e, assim, disputar com Biden a corrida à Casa Branca em novembro desse mesmo ano.
Lusa