"A Resolução do Conselho de Ministros de 27 setembro, que aprovou a candidatura do novo hospital da Madeira a projeto de Interesse Comum, recua no comunicado feito à data, arrastado o compromisso de comparticipação financeira na ordem dos 132 milhões para 96,5 milhões de euros", referiu a deputada no Período Antes da Ordem do Dia (PAOD), na sessão parlamentar de hoje.
A deputada criticou o facto de o Governo da República descontar, na ajuda financeira à construção do hospital, a alienação dos hospitais Dr. Nélio Mendonça e dos Marmeleiros, propriedades da região e da Santa Casa da Misericórdia.
"António Costa, o secretário-geral, quer ganhar a Madeira, escolhe ser ardiloso, fazendo contas à vida com bens imóveis cujos títulos de propriedade até hoje não foram bem esclarecidos".
Esta atitude foi considerada pela deputada "de ingerência no destino a dar às verbas de propriedades que estão situadas na região" e de "uma enorme falta de chá".
Patrícia Spínola criticou ainda o silêncio do PS-Madeira e do seu candidato à presidência do Governo Regional, Paulo Cafôfo.
"E que dizer de um candidato que, pasmem-se senhores deputados, não se pronuncia sobre os valores avançados para o novo hospital pelo partido que sustenta a sua candidatura, valores esses aquém do compromisso que o mesmo, indiretamente, assumiu com a população que aspira governar?", questionou.
No debate, o deputado do CDS-PP, Roberto Rodrigues, classificou a atitude do Governo da República de "censurável" e merecedora de "repúdio", ao "cortar" de 50% para 30% o apoio financeiro ao novo hospital, posição que foi secundada pelo líder do partido, Rui Barreto, que censurou António Costa por "obrigar a vender património para pagar o hospital".
Por seu lado, o deputado do PSD, Carlos Rodrigues, lembrou que o apoio do Governo da República não era nem de 50%, nem de 30% mas de "13%", considerando que o IVA gerado fica na República.
"É o maior embuste, fraude e mentira que este Governo da República pretende vender aos madeirenses", criticou.
O plenário discutiu ainda um projeto de proposta de lei à Assembleia da República da autoria do PSD, visando alterar a lei de 2011 que aprovou a sobretaxa extraordinária sobre os rendimentos sujeitos a IRS cuja receita, cerca de 70 milhões de euros, é reclamada pelo Governo Regional.
C/LUSA