“É premente solucionar uma questão que considero ser absolutamente prioritária: a revisão das condições de operabilidade do Aeroporto do Funchal”, declarou Ireneu Barreto numa intervenção do Dia do Empresário.
Esta é uma iniciativa promovida pela Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF), que vai na 17.ª edição, subordinada ao tema “A Economia sem Fronteiras” que reúne, segundo a organização, cerca de mil participantes, e contou com a presença da ministra do Mar, Ana Paula Vitorino.
O primeiro-ministro, António Costa, marca presença no jantar de encerramento deste evento, depois de reunir com o presidente do Governo Regional da Madeira.
O juiz conselheiro realçou os desafios que se colocam numa época de globalização da economia, “num espaço como a Região Autónoma da Madeira, tem todo o sentido manter uma discussão aberta sobre a relação entre economia e geografia”.
Ireneu Barreto recordou que o “desenvolvimento socioeconómico passa também pelo turismo”, defendendo que “a existência de infraestruturas físicas adequadas se revela essencial para acolher os que visitam Madeira”.
Também realçou que “nos últimos meses tem-se intensificado o debate acerca da questão dos ventos e dos limites imperativos que impedem, num preocupante crescendo de ocorrências, os aviões de descolar e de aterrar”, opinando que a “luta” do Governo Regional da Madeira para solucionar este problema “deve ser comungada por todos”.
O responsável disse “compreender” a insistência do executivo insular em “exigir que aqueles constrangimentos sejam revisitados, repensados e, se possível, mitigados, assegurando-lhe a sua condição de elemento estruturante do desenvolvimento económico da região e de uma economia que se quer, justamente, sem fronteiras”.
“Não discuto os aspetos técnicos, tendo como certo que o mais importante valor a preservar é o da segurança”, vincou.
Ireneu Barreto disse que a Madeira deve “saber tirar partido económico do posicionamento geoestratégico, aliado às novas tecnologias” como forma de impedir o “retornar ao discurso ultrapassado do isolamento”.
O representante considerou que esta reunião organizada pela ACIF é “uma oportunidade para refletir sobre temas fundamentais para os empresários da região” e destacou o papel desta associação “na dinamização do tecido empresarial madeirense”.
Também realçou a oportunidade do tema deste encontro numa época de “globalização com alcance sem precedentes”.
“Há o risco de, à medida que os algoritmos ocupem os lugares dos humanos no mercado de trabalho, a riqueza e o poder se concentrarem ainda mais nas mãos de uma elite, aprofundando desigualdades políticas e sociais”, disse.
Na sua opinião, “é tempo de refletir e perguntar que economia queremos para o nosso futuro” numa altura de uma “economia desumanizada”, opinando que a “dignidade da pessoa humana deverá sempre prevalecer”.
Ireneu Barreto realçou igualmente da importância da economia do mar para a Madeira, apontando que “carece do apoio de todos os poderes públicos: locais, regionais e nacionais” em “articulação” com a União Europeia, nomeadamente, para refletir sobre as necessidades do setor em matéria dos limites às capturas de atum.
“Uma palavra especial à diáspora, sabendo que terão sempre lugar entre nós no dia em que pretenderem ou precisarem de regressar”, disse, sublinhando que “o empresariado tem uma responsabilidade social indeclinável”.
C/ LUSA