Em declarações à agência Lusa, a deputada única do partido Pessoas-Animais-Natureza adiantou que decidiu “abraçar este desafio” e voltar a ser candidata à liderança porque “há trabalho que continua por fazer”.
“Quando, há dois anos, me candidatei abracei um projeto numa altura bastante desafiante quer do ponto de vista político, quer do ponto de vista até do contexto global que o país e o mundo atravessam, e, neste momento, há trabalho que continua por fazer”, afirmou a porta-voz do PAN.
“Temos conseguido, até por via da oposição construtiva que temos feito, um conjunto de vitórias muito significantes para as nossas causas e, tendo em conta não só esse desafio, mas também aquela que é a necessidade de ampliar a voz do PAN e a sua representação nas diferentes esferas políticas, decidi abraçar este desafio de me voltar a candidatar”, adiantou.
Inês de Sousa Real, que é líder do PAN há dois anos, escolheu como mote da sua candidatura “Pelas causas que nos unem” e terá como mandatária a ex-deputada Bebiana Cunha, que integra a direção do partido.
A candidata disse contar também com o apoio de “vários membros que, ao longo da vida do PAN, desde a sua fundação até ao presente, se têm dedicado ao partido”.
Quanto aos objetivos da candidatura, Inês de Sousa Real indicou que passam por “ampliar aquela que é a representação do PAN, numa perspetiva das bases de trabalho locais, criando mais concelhias, mais distritais, dando continuidade a um trabalho que já foi feito”.
No que toca a desafios eleitorais, a líder do PAN assinalou as eleições regionais na Madeira, que acontecem este ano, e as europeias de 2024, apontando querer que o partido volte a eleger deputados.
“É importante resgatar esses lugares onde já tivemos representação, mas também temos uma candidatura pendente à família europeia dos European Greens, estabelecemos uma parceria em que integrámos a Animal Politics Foundation e, tendo em conta a importância até de uma política mais global e até por força daquele que é o contexto da União Europeia, para nós será sem dúvida um objetivo este crescimento que nos permita dar mais força e mais expressão às causas que representamos”, defendeu.
Quanto a candidatos, a líder recusou falar em nomes, defendendo que “tudo a seu tempo”, mas considerou que “pessoas com valor dentro do PAN não faltam” para ser “candidatos fortes ao Parlamento Europeu”.
A porta-voz fez “um balanço positivo” do seu mandato, destacando “conquistas muito importantes” na Assembleia da República, com a aprovação de várias iniciativas.
Inês de Sousa Real indicou ainda que vai voltar a apresentar propostas de alteração aos estatutos que permitam a autonomização das estruturas regionais do partido e a criação da juventude PAN.
A candidata indicou que a sua moção global de estratégia “estará sempre aberta aos contributos de todas e todos os filiados, da própria sociedade civil, e as propostas de estatutos a mesma coisa".
Inês de Sousa Real é porta-voz do PAN desde junho de 2021, tendo sido candidata única à liderança no último congresso, e é atualmente deputada única do partido na Assembleia da República.
Também o antigo deputado Nelson Silva já anunciou que será candidato à liderança do PAN.
A data e o local do próximo congresso serão definidos hoje em reunião da Comissão Política Nacional por proposta da comissão organizadora, que já foi nomeada. Além da eleição dos novos órgãos, esta reunião magna deverá discutir e aprovar alterações aos estatutos do PAN.
As alterações aos estatutos aprovadas no último congresso, que decorreu a 5 e 6 de junho de 2021 em Tomar, foram chumbadas pelo Tribunal Constitucional.
Nos últimos dois anos, o PAN passou de quatro deputados eleitos para um, perdendo o grupo parlamentar. A nível interno, Inês de Sousa Real viu também vários membros deixarem a sua direção, entre os quais Nelson Silva, que se apresenta como o rosto mais destacado da ala crítica “Mais PAN, Agir para renovar”.