Ao contrário do que sempre aconteceu em anteriores eleições internas em que o vencedor era conhecido à partida, já que se apresentava em lista única, desta vez terá que se esperar por domingo e pelos votos dos cerca de 2300 membros inscritos na convenção que decorre novamente no Centro de Congressos de Lisboa para saber qual dos três candidatos será o novo líder liberal.
Na corrida estão Rui Rocha e Carla Castro, ambos deputados e ambos membros da comissão executiva cessante, e o conselheiro nacional José Cardoso, sem o palco do parlamento como os seus opositores, mas um nome bem conhecido dos liberais.
Com uma liderança consolidada em convenção um ano antes e o melhor resultado eleitoral do seu percurso nas legislativas antecipadas de 2022, que lhe permitiu chegar a quarta força política, nada faria prever que haveria mudanças na presidência da Iniciativa Liberal antes do planeado.
O anúncio da antecipação do calendário eleitoral interno e a decisão de João Cotrim Figueiredo de não se recandidatar provocaram surpresa nas hostes liberais no dia 23 de outubro do ano passado.
O presidente cessante explicou então que tomou esta decisão “pessoal e politicamente difícil” por entender não ser a pessoa ideal para presidir ao partido que agora precisava “de uma postura distinta” para continuar a crescer, mas a forma como conduziu este processo valeu-lhe muitas críticas internas.
Menos de uma hora depois deste anúncio, Rui Rocha adiantava à agência Lusa que iria avançar nesta corrida sob o lema "Liberalismo para todos", uma candidatura que teve apoio quase imediato de João Cotrim Figueiredo.
Carla Castro avançou dois dias depois do anúncio de eleições antecipadas e, apesar de ter o apoio do primeiro presidente dos liberais, Miguel Ferreira da Silva, e do antigo candidato presidencial Tiago Mayan Gonçalves, não tem ao seu lado nenhum dos deputados que expressou apoio público a candidaturas.
Já o antigo líder e deputado Carlos Guimarães Pinto mantém-se, como habitualmente desde que saiu da presidência do partido, longe destas disputas internas.
Depois da decisão de adiar um mês esta reunião magna e já com a campanha de Rui Rocha e Carla Castro no terreno e nas redes sociais, surgiu, com o início deste ano, a candidatura de José Cardoso à direção do partido.
Assim, todos os liberais que se inscreveram dentro dos prazos – do universo de seis mil membros, decidiram participar 2.327 – poderão escolher entre as três moções globais de estratégia em votação para decidir quem será a próxima comissão executiva e, por consequência, o próximo líder.
A Lista A, de José Cardoso, leva a moção “Um Partido e um País sem medo da liberdade dos outros”, a lista L, de Rui Rocha, apresenta-se sob o lema “Liberalismo para todos”, e a Lista M, de Carla Castro, com o mote “A nossa Iniciativa Liberal”.
Na VII Convenção Nacional da IL há também eleições para os restantes órgãos nacionais do partido e os membros vão votar – de novo de forma eletrónica até porque uma parte participará remotamente – nas cinco listas ao Conselho Nacional e nas quatro listas que se apresentam quer ao Conselho de Jurisdição quer ao Conselho de Fiscalização.
Os trabalhos decorrem sábado e domingo e o palco escolhido foi de novo o Centro de Congressos de Lisboa, mas desta vez num espaço maior do que na última reunião magna.
Para o primeiro dia, expectativas voltadas para o discurso de João Cotrim Figueiredo, sendo ainda anunciadas as moções de estratégia global e as respetivas listas à direção, bem como as listas candidatas aos restantes órgãos nacionais.
No sábado, serão ainda debatidas as moções de estratégia global e as setoriais, assim como as habituais intervenções dos membros inscritos.
Para a manhã de domingo estão marcadas as eleições, das quais sairão os órgãos eleitos que tomarão posse, terminando a convenção, como é tradição, com o discurso de quem for eleito para a presidência da comissão executiva.