Além de condenar o ataque e de reiterar que o princípio da inviolabilidade das instalações e do pessoal diplomático deve ser respeitado, o líder da ONU recordou “a todas as partes que respeitem todas as suas obrigações nos termos do direito internacional, incluindo o direito humanitário internacional” e reiterou os apelos “para que evitem ataques que possam prejudicar civis e danificar infraestruturas civis”, indicou o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, em comunicado.
“O secretário-geral apela ainda a todos os envolvidos para que exerçam a máxima contenção e evitem uma nova escalada”, insistiu.
Guterres advertiu, por fim, “que qualquer erro de cálculo poderá levar a um conflito mais amplo numa região já volátil, com consequências devastadoras para os civis que já estão a assistir a um sofrimento sem precedentes na Síria, no Líbano, no Território Palestiniano Ocupado e no Médio Oriente em geral”.
O número de mortos nos ataques atribuídos pelo Irão a Israel que destruíram segunda-feira o consulado iraniano em Damasco subiu para 13, incluindo sete membros da Guarda Revolucionária Iraniana, indicou hoje a televisão estatal de Teerão.
“No ataque levado a cabo pelo regime sionista contra o consulado da embaixada iraniana na capital síria, foram mortos sete iranianos e seis sírios”, afirmou a estação de televisão.
Um balanço anterior, mas elaborado pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), uma organização não-governamental com sede no Reino Unido, e que conta com uma vasta rede de informadores no país, indicou que o ataque provocou 11 mortes – oito iranianos, dois sírios e um libanês.
O Corpo dos Guardas da Revolução, o exército ideológico da República Islâmica do Irão, anunciou que sete dos seus membros tinham sido mortos, incluido dois comandantes da Força Qods, a unidade de elite dos Guardiães que atua no estrangeiro.
O ministro da Defesa israelita afirmou que o país trava uma guerra em múltiplas frentes e atua diariamente em todo o lado para dissuadir ameaças, sem admitir diretamente responsabilidades no ataque em Damasco.
“Agimos em todo o lado, todos os dias, para impedir que os nossos inimigos ganhem força e deixar claro a qualquer um que nos ameace, em todo o Médio Oriente, que o preço será elevado”, afirmou Yoav Gallant no parlamento israelita.
O Conselho de Segurança da ONU vai reunir-se hoje para discutir o ataque, disse o embaixador da Rússia junto das Nações Unidas, Dmitry Polyansky, pedido já aceite, escreveu o diplomata na rede social X.
A ofensiva de Israel na Faixa de Gaza começou depois de 07 de outubro, quando comandos do Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas e fizeram perto de 250 reféns numa série de ataques em território israelita.
A campanha militar israelita na Faixa de Gaza já causou a morte de mais de 32.900 palestinianos e mais de 75 mil ficaram feridos, de acordo com o Hamas.
Lusa