Frederico Morais, dirigente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), disse à saída da reunião no Ministério da Justiça (MJ), que a ministra Rita Alarcão Júdice apresentou a mesma proposta que já na quinta-feira havia sido feita aos sindicatos da GNR e da PSP pelo Ministério da Administração Interna, e que prevê um suplemento de 12% para comissários, de 9% para chefias e de 7% para os guardas.
Para os sindicatos, a proposta é “humilhante”, até porque em alguns casos chegava a implicar uma perda salarial de quatro euros, com a perda de outros subsídios atualmente existentes e rejeitam uma valorização de risco por categorias dentro da mesma carreira.
Os sindicatos – para além do SNCGP foram também recebidos em simultâneo a Associação Sindical de Chefias do Corpo da Guarda Prisional, e Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional – voltam ao MJ já no dia 08, para apresentar uma contraproposta, que será discutida em conjunto pelas três estruturas, explicou Frederico Morais, acrescentando ainda que há outra reunião pré-agendada para dia 16, ainda sem hora definida.
“É uma negociação que está a começar do zero, a senhora ministra frisou isso, é uma proposta, tinham que fazer alguma coisa, mas esta proposta é humilhante. (…) Há uma abertura da parte deles, não sabemos até onde vão. (…) Nunca aceitaremos menos de 15% do vencimento do diretor da PSP”, disse, acrescentando que o Governo não impôs tetos salariais nem limites orçamentais na reunião de hoje.
Sem soluções para as reivindicações, os sindicatos dizem que a greve “é garantida”.
“Se não houver soluções poderemos ter uma situação grave no sistema prisional português dentro em breve”, disse Frederico Morais.
A reunião foi ‘um balde de água fria’ nas expectativas sindicais, até por terem a mesma tutela que a Polícia Judiciária, tendo Frederico Morais sublinhado que os guardas prisionais já sofreram desde o início do ano mais de uma dezena de agressões, o que não aconteceu na PJ; que já recebe o suplemento de risco.
“Queremos negociar, queremos propostas, mas queremos propostas dignas do corpo da guarda prisional, queremos uma proposta que trate os guardas prisionais com dignidade, não uma proposta em que vamos perder dinheiro, porque nós temos que tentar valorizar a carreira, que crie atratividade, porque assim vamos ter guardas a ir embora”, disse o dirigente sindical.
Lusa