Guaidó, militante do partido da oposição Vontade Popular, foi um dos mais destacados ativistas juvenis e assumiu a presidência da Assembleia Nacional no início do mês, tendo subido dentro do partido após a condenação de Leopoldo Lopez e a saída do país de outros políticos opositores de peso.
Uma figura antes pouco conhecida dentro e fora da Venezuela, Juan Guaidó surgiu nos últimos tempos como um dos mais proeminentes líderes da oposição e do movimento nacional e internacional que procura retirar Maduro da Presidência, por considerá-lo um governante ilegítimo.
Uma das primeiras questões que o lançou para a ribalta foi a declaração onde, alegadamente, se autoproclamou Presidente, depois seguiu-se uma breve detenção por parte de um grupo de agentes dos serviços secretos, que segundo o governo, atuaram de maneira unilateral.
Foi a partir de 10 de janeiro que os acontecimentos ocorreram, pois foi nesse dia que Nicolás Maduro tomou posse para um segundo mandato presidencial.
A oposição não reconheceu Nicolás Maduro como Presidente legítimo da Venezuela, tal como vários países, com Guaidó a convocar o exército, o povo venezuelano e a comunidade internacional para apoiarem a Assembleia Nacional e retirarem Maduro do poder.
Depois surgiu a afirmação que foi interpretada como se o líder do Parlamento se estivesse a declarar Presidente interino, com a Assembleia Nacional a confirmar essa intenção num primeiro comunicado, mas depois a recuar num segundo documento que não fazia menção à ocupação de funções presidenciais.
No domingo surgiu mais um episódio em torno de Juan Guaidó, com a sua breve detenção por agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), com o vice-Presidente venezuelano, Jorge Rodríguez, a informar que os agentes que detiveram Guaidó haviam atuado de maneira "unilateral e arbitrária".
O presidente do parlamento venezuelano, o opositor Juan Guaidó, autoproclamou-se hoje presidente interino da Venezuela, perante uma concentração de milhares de pessoas, no leste de Caracas.
"Levantemos a mão, hoje 23 de janeiro, na minha condição de presidente da Assembleia Nacional e perante Deus todo-poderoso e a Constituição, juro assumir as competências do executivo nacional, como Presidente Encarregado da Venezuela, para conseguir o fim da usurpação (da Presidência da República), um governo de transição e eleições livres", disse.
Juan Guaidó começou por fazer referência a vários artigos da Carta Magna venezuelana e fez os manifestantes jurarem comprometer-se em "restabelecer a Constituição da Venezuela".
"Hoje, dou um passo com vocês, entendo que estamos numa ditadura", disse vincando saber que a sua autoproclamação "terá consequências".
Por outro lado, dirigiu-se ao Presidente Nicolás Maduro, sublinhando que "aos que estão a usurpar o poder, digo, com o grito de toda a Venezuela: vamos insistir até que regresse a água e o gás, até que os nossos filhos regressem, até conseguir a liberdade".
Segundo Juan Guaidó "não se trata de fazer nada paralelo", afirmando que tem “o apoio da gente nas ruas".
LUSA