“O serviço será plenamente assegurado com uma adjudicação e não com uma prorrogação”, declarou João Galamba aos jornalistas, no Porto Santo, na Madeira, à margem da apresentação do novo terminal sustentável do aeroporto da ilha.
Antes, à margem da sessão solene do Dia do Concelho do Porto Santo, o presidente do executivo madeirense (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, disse que tinha “a informação” de que o contrato de concessão da linha aérea entre as ilhas da região à transportadora espanhola Binter voltaria a ser prorrogado por seis meses.
O contrato de concessão da linha aérea entre as ilhas da Madeira e o Porto termina em 23 de agosto, tendo o governante insular apontado que deveria ser prorrogado “pelo mesmo prazo”, por mais seis meses, até fevereiro de 2024.
Já à margem da apresentação do novo terminal sustentável do aeroporto do Porto Santo, o ministro explicou ter ocorrido uma impugnação do concurso, estando o Governo “a tentar que o operador, que tinha sido excluído e a quem foi dado razão, possa ressubmeter a sua proposta”.
“Temos tudo salvaguardado para que se houver algum atraso a adjudicação seja feita a tempo de garantir a continuidade” da linha, adiantando que o contrato será celebrado por três anos.
Questionado sobre a reivindicação do Governo Regional de revisão dos limites do vento que permitem a operacionalidade do Aeroporto da Madeira, João Galamba respondeu que a decisão “nunca poderia ser política”.
“Seria uma tragédia para a Madeira, para o turismo da Madeira e para as viagens da Madeira se alguém suspeitasse que se trata de uma decisão política”, declarou.
O governante defendeu que, nesta matéria, todos os “passos têm de ser dados com rigor e fiabilidade técnica”, assegurando existir “toda a disponibilidade para discutir tecnicamente com o Governo Regional da Madeira, com as autoridades competentes” a situação.
“Porque o nosso objetivo é o mesmo, podendo e havendo segurança para tal, garantir melhores condições e que o aeroporto da Madeira funciona mais dias e com menos interrupção”, enfatizou.
Contudo, acrescentou, “isso tem de ser feito com toda a segurança e com todo o rigor técnico”.
João Galamba realçou ainda que já está definida a compra e adjudicação dos radares para o Aeroporto da Madeira, pela NAV Portugal- Navegação Aérea, e perspetivou a sua instalação e entrada em funcionamento “daqui a um ano”.
Numa intervenção na cerimónia de apresentação do novo terminal sustentável, o presidente do Governo Regional pediu que a alteração dos limites do vento que permitem a operacionalidade no aeroporto da Madeira seja “tratada de uma vez por todas”.
“Mantemos por teimosia os limites de vento. Continuamos a deixar arrastar a situação sem que ninguém a consiga resolver”, realçou, apontando que “basta uma alteração diminuta para 80% dos voos desviados aterrarem na Madeira”.
O Aeroporto Internacional da Madeira é o único no mundo cujos limites de vento são obrigatórios – 15 nós –, embora tenham sido impostos em 1964 e definidos com base em estudos que usaram um avião DC3 da II Guerra Mundial, quando a pista tinha 1.600 metros, sendo que atualmente tem 2.781.
Em janeiro de 2021, foi criado um grupo de trabalho para estudar os problemas da operação aérea no arquipélago da Madeira, no âmbito do então Ministério das Infraestruturas e da Habitação, o qual concluiu que 80% dos voos divergem porque o vento no momento da aproximação à pista está apenas três nós acima do limite.
Lusa