A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, reafirmou hoje, no Funchal, ao comentar os seis meses da atual governação do país, que o Governo e os partidos da esquerda parlamentar são "farinha do mesmo saco".
Hoje, cumprem-se seis meses desde que o PS assinou três "posições conjuntas" separadas com o BE, PCP e PEV, que possibilitaram uma maioria parlamentar para formar um Governo socialista.
"Está à vista que estão bem juntos, na verdade são farinha do mesmo saco, nos momentos centrais estão unidos e isso é bom para todos nós percebermos que, de facto, nós temos um verdadeiro governo das esquerdas unidas", disse aos jornalistas no final de uma visita ao Mercado dos Lavradores, no Funchal.
A líder do CDS-PP termina hoje uma visita ao Funchal, onde se deslocou para estar presença na posse do novo presidente da concelhia do Funchal, Nelson Costa Ferreira.
Sobre a atual polémica da continuação ou não dos apoios ao ensino privado ou cooperativo, Assunção Cristas referiu que o importante "é garantir que a lei é cumprida e que os contratos firmados com os colégios do ensino privado e cooperativo são efetivamente cumpridos".
"Há que cumprir aquilo que está acordado com as escolas e não se pode, a meio de um percurso, a meio de um acordo com o ensino privado e cooperativo, querer pô-lo em causa", acrescentou.
Em causa está o financiamento de 79 escolas particulares e cooperativas, que são atualmente frequentadas por cerca de 40 mil alunos. No total, estas escolas representam 3% do ensino privado, segundo dados avançados à Lusa pelo Ministério da Educação.
Os contratos entre o Estado e estas escolas surgiram nos anos 80, numa altura em que ainda não existiam estabelecimentos de ensino suficientes que garantissem o acesso a todos.
No ano passado, o então ministro da Educação, Nuno Crato, celebrou acordos de financiamento por três anos, tendo baixado o valor a atribuir por cada turma, agora em 80.500 euros por ano.
A nova equipa ministerial liderada por Tiago Brandão Rodrigues decidiu rever os contratos, para garantir que não havia duplicação de oferta, e anunciou o fim de verbas nas zonas onde existisse oferta pública. O anúncio tem levado a manifestações por parte dos funcionários, alunos e encarregados de educação.
Assunção Cristas reúne-se ainda hoje com o reitor da Universidade da Madeira e visita o Miradouro do Cabo Girão e o Centro Comunitário do Funchal – Garota do Calhau.