Além da crise do custo da energia, que prometeu abordar com medidas de apoio ainda esta semana, a antiga ministra dos Negócios Estrangeiros elegeu como prioridades estimular o crescimento económico e resolver os problemas do sistema de saúde público resultantes da pandemia covid-19.
Embora o antecessor Boris Johnson tenha apelado à unidade do partido, que está no poder há 12 anos, Truss respondeu com um governo quase exclusivamente composto por aliados que a apoiaram durante a eleição para a liderança dos ’tories’.
Thérèse Coffey foi promovida a vice primeira-ministra e ministra da Saúde, Kwasi Kwarteng recebeu a pasta das Finanças, James Cleverly é ministro dos Negócios Estrangeiros, Jacob Rees-Mogg da Economia, Brandon Lewis da Justiça e Ben Wallace permaneceu na Defesa.
Truss convidou candidatos derrotados à liderança para a equipa, nomeadamente Suella Braverman para o Ministério do Interior, Nadhim Zahawi para chanceler do Ducado de Lancaster e secretário de Estado da Igualdade, Kemi Badenoch para o Comércio Internacional, Penny Mordaunt para líder da Câmara dos Comuns e Tom Tugendhat para secretário de Estado da Segurança.
O governo é considerado o mais diverso de sempre em termos étnicos, pois Kwarteng tem ascendência ganesa, Suella Braverman indiana, a mãe de Cleverly era da Serra Leoa, Zahawi nasceu no Iraque e Badenoch tem origens nigerianas.
O único apoiante do rival Rishi Sunak no governo é Michael Ellis, nomeado procurador-geral, com Truss a deixar de fora políticos experientes como Dominic Raab, Michael Gove, George Eustice, Grant Shapps ou Jeremy Hunt.
Do Executivo de David Cameron de 2015 resta apenas Liz Truss.
A crítica mais frontal à composição do governo chegou não daqueles que foram exonerados ou ignorados, mas de Felicity Cornelius-Mercer, esposa do antigo secretário de Estado dos Veteranos Johnny Mercer, que questionou a falta de meritocracia e declarou na rede social Twitter que “este sistema cheira mal”.