"Uma vez mais, exigimos a libertação do diplomata venezuelano Alex Saab, sequestrado ilegalmente pelo Governo dos Estados Unidos, em violação dos seus direitos humanos e do direito internacional", assinalou a diplomacia venezuelana numa mensagem publicada no Twitter e citada pela agência de notícias espanhola Efe.
O Ministério para as Relações Exteriores de Caracas apontou que se cumprem hoje cinco anos da nomeação de Alex Saab como diplomata e que, atualmente, a sua saúde "encontra-se em risco por falta de atenção médica adequada".
No passado dia 16 de março, a esposa de Saab, Camila Fabri, apelou ao Governo dos Estados Unidos para negociar a saída da prisão do seu marido, cuja vida disse estar em perigo na prisão da Florida, onde deu entrada em outubro de 2021.
A esposa pediu então ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e ao secretário-geral da ONU, António Guterres, que se pronunciasse contra a "violação" de direitos de que teria sido vítima Alex Saab, para quem pediu "liberdade imediata".
O empresário sobreviveu a um cancro e, segundo o seu médico, padece de anorexia, anemia, hipotiroidismo, hipertensão e outras doenças, refere a agência Efe.
Alex Saab, empresário colombiano e tido como testa-de-ferro do Presidente da Venezuela Nicolás Maduro, foi detido pela Interpol e pelas autoridades cabo-verdianas em 12 de junho de 2020, durante uma escala técnica na ilha do Sal, com base num mandado de captura internacional emitido pelos Estados Unidos da América (EUA).
Numa viagem para o Irão em representação da Venezuela, com passaporte diplomático, enquanto ‘enviado especial’ do Governo venezuelano, a sua detenção colocou Cabo Verde no centro de uma disputa internacional e de pressões públicas de vários países.
Ao fim de 16 meses de processos nos tribunais cabo-verdianos e internacionais, com dezenas de recursos dos seus advogados, o Tribunal Constitucional de Cabo Verde indeferiu os últimos pedidos da defesa de Saab e autorizou, em 16 de outubro, a sua extradição para os EUA, perante críticas lançadas internamente e no exterior, nomeadamente na Venezuela, pela alegada cedência à exigência norte-americana.
Lusa