“No próximo ano a APRAM fará estudos para decidir a possível construção de uma marina para megaiates, um segmento de mercado que, cada vez mais, procura a Madeira, e que tem elevado potencial económico de crescimento”, indicou José Manuel Rodrigues.
O secretário da Economia falava no parlamento madeirense, na discussão na especialidade das propostas de Orçamento Regional para 2026, no valor de 2.329 milhões de euros, e Plano de Investimentos, no valor de 1.002 milhões.
O governante salientou que o orçamento da Secretaria Regional da Economia da Madeira, de 128 milhões de euros, “corta nas despesas de funcionamento para reforçar o apoio à inovação, competitividade e sustentabilidade das empresas, para atrair mais capitais e empresas à região e para assegurar o investimento em setores vitais, como os portos”.
Os investimentos rondam os 70 milhões de euros “entre fundos regionais e fundos europeus, ou seja, mais de metade do orçamento da Secretaria da Economia vai para o investimento, para a criação de emprego e de riqueza”, acrescentou.
José Manuel Rodrigues, do CDS-PP, partido que tem um acordo de coligação com o PSD, líder do executivo insular, destacou o crescimento económico da região nos últimos anos, apontando, no entanto, que não deixam o executivo satisfeito e “aguçam a ambição de fazer mais e melhor” para que “chegue a todos e represente um verdadeiro desenvolvimento social”.
O orçamento que tutela pretende, entre outros objetivos, “continuar a trajetória de crescimento económico, aumentar a diversificação da base produtiva, reforçar a captação de investimento externo” e assegurar a modernização tecnológica do tecido empresarial.
Visa também “garantir a transição energética da economia, reduzir os impostos, sem pôr em causa o equilíbrio das contas públicas, valorizar os salários sem afetar a competitividade das empresas, corrigir as desigualdades sociais e melhorar as condições de vida de todos os madeirenses”, sublinhou o secretário da Economia.
O Instituto de Desenvolvimento Empresarial vai dispor de 58 milhões de euros no próximo ano para suportar os incentivos destinados às empresas dos setores secundário e terciário.
Por outro lado, o executivo madeirense negociou recentemente uma nova dotação de 51 milhões de euros, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, para as empresas regionais e para as linhas Reindustrializar e da Inteligência Artificial.
Outra das questões referidas pelo governante, e que também foi abordada por vários partidos da oposição, diz respeito ao porto comercial do Caniçal, no concelho de Machico, reconhecendo que houve “uma quase rotura no abastecimento” fruto do crescimento económico da Madeira.
O abastecimento encontra-se agora normalizado, assegurou, mas será necessário realizar um estudo sobre as futuras necessidades da Madeira em termos portuários.
José Manuel Rodrigues garantiu também que o governo madeirense não desiste de exigir ao Estado uma ligação ‘ferry’ de passageiros entre a Madeira e o continente.
Além disso, criticou o orçamento apresentado pela Comissão Europeia para o próximo quadro comunitário, defendendo que “é inaceitável e altamente lesivo” para os interesses da região.
No debate, o deputado do JPP (o maior partido da oposição) Luís Martins apontou que o governo madeirense tem salientado o crescimento económico e o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) e questionou “quando é que o tão apregoado sucesso económico […] vai chegar ao bolso da generalidade dos madeirenses”.
Pelo PS, Gonçalo Leite Velho considerou que o crescimento da economia não é fruto do trabalho do executivo insular, mas “dos trabalhadores e dos empresários madeirenses”.
Realçou também que o crescimento económico “não está a chegar aos bolsos dos madeirenses” e que o PIB cresceu 40% em cinco anos, enquanto os salários aumentaram 2%.
No mesmo sentido, o deputado do Chega Hugo Nunes questionou o governante sobre como é que “a economia cresce continuamente e não melhora os rendimentos de quem trabalha”.
Lusa