Pedro Calado falava aos jornalistas à margem da inauguração de um novo estabelecimento comercial no Funchal, tendo referido que o grupo de trabalho, que integra elementos do executivo madeirense e do ministério das Infraestruturas, tem reunido para tratar deste assunto, “mas não há conclusões concretas”.
“Sentimos que há necessidade de rever programa [modelo de mobilidade social nas viagens aéreas]”, declarou o governante madeirense, opinando que a formula que está em vigor “não está a ser bem aplicada e está a prejudicar a formação do preço das viagens”.
O responsável do executivo insular considerou ser “importante realçar que o governo central tem assumido todo o custo do subsídio de mobilidade, extremamente oneroso”, mencionando que no caso da Madeira representou, em 2017, 33 milhões de euros e teve um custo de 22 ME para os Açores.
Pedro Calado reforçou que os responsáveis dos executivos nacional e da Madeira estão “consciencializados sobre a necessidade de rever” este modelo.
O governante madeirense apontou que cabe ao “país assegurar a livre acessibilidade no espaço nacional”, acrescentando que houve uma dificuldade acrescida pelo faço de não haver uma companhia de transporte aéreo pública, o que tem efeitos sobre a situação de “manter na prática o pagamento integral dos preços de transporte aéreo”.
“Temos de rever modelo de subsídio de mobilidade para ser mais justo, que faça com que o processo seja mais fácil em termos de burocracia”, defendeu.
Pedro Calado preconizou a criação de “um modelo de fácil de implementação, imediata, que seja justo para toda a população”.
Segundo o responsável, tem decorrido um “trabalho árduo e muito debatido entre governo regional e central”, porque o objetivo é “criar um modelo que socialmente que seja aceitável”
Anunciou que está prevista uma nova reunião do grupo de trabalho “daqui a sensivelmente 15 dias, apesar de revisão ter tido ligeiro atraso”, indicando que “até final de abril” haverá “condições de anunciar como esse modelo será de futuro”.
Questionado sobre o voo ‘charter’ extraordinário da Páscoa, destinado a trazer estudantes universitários madeirenses nesta quadra à Madeira, destacou tratar-se de uma medida de “caráter excecional”, o qual permite que os estudantes paguem apenas os 86 euros desta viagem.
Pedro Calado mencionou que os 144 lugares disponibilizados nesta operação da Páscoa esgotaram hoje, logo no primeiro dia, tendo sido dadas indicações às agências de viagem para que distribuíssem os lugares pela ordem de chegada.
Também admitiu ser “impossível controlar” a venda dos bilhetes e assegurar que sejam beneficiados em primeiro lugar os estudantes universitários carenciados, exigindo a entrega do comprovativo de IRS da família.
Sobre a possibilidade da realização de uma outra ligação, salientou que envolve pedir autorizações especiais no aeroporto e outras relacionadas com a utilização do espaço aéreo.
“Tudo faremos para ajudar para que mais estudantes possam vir à região na altura da Páscoa”, declarou, argumentando ser “impossível criar uma regra que seja de aplicação fácil e imediata e resulte na vinda só de estudantes carenciados”.
Pedro Calado assegurou que o Governo Regional está “a trabalhar num plano B” que deve ser divulgado no final de quarta-feira ou no dia seguinte.
LUSA