O secretário da Saúde da Madeira destacou hoje como "indicador positivo" o facto de, em 2017, o número de atendimentos no serviço de urgência dos centros de saúde ter sido superior ao hospitalar, vincando que "este é o caminho".
"Os serviços de urgência nos cuidados primários tiveram 130 mil atendimentos e ao nível hospitalar tiveram 116 mil", disse Pedro Ramos, durante uma sessão informativa para divulgação dos dados referentes à atividade do Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM) no ano de 2017.
O governante sublinhou que "este é o caminho" que o executivo madeirense preconiza para o setor da saúde, centrando a capacidade de resposta para situações pouco urgentes ou não urgentes nos centros de saúde.
Os dados do SESARAM indicam, por outro lado, que o tempo de espera nas urgências diminuiu em todas as prioridades, o mesmo acontecendo ao nível das listas de espera para a realização de cirurgias, que registaram um decréscimo de 1.600 utentes.
As altas problemáticas (pessoas que ficam no hospital após o tratamento) mantém-se, porém, em número elevado – cerca de 600 pessoas -, a maior parte com idades entre os 80 e os 94 anos.
"É o nosso problema. Não deveria ser. Mas é e nós não fugimos de participar na sua resolução", afirmou Pedro Ramos, destacando o facto de 44 utentes nessa condição terem sido recentemente transferidos para um lar em Câmara de Lobos, na zona oeste da ilha.
O secretário regional da Saúde salientou, por outro lado, que a divulgação de dados referentes a atividade do SESARAM – que estão disponíveis também on-line – assenta no princípio da "transparência", defendido pelo executivo liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque.
"É a nossa realidade. Não há que ter vergonha. É uma realidade feita por pessoas", afirmou, reforçando que ser mais transparente implica ser também mais responsável, quer da parte dos prestadores de saúde, quer da parte dos utilizadores.
"Nem sempre a razão das nossas demoras tem a ver com os prestadores, mas com um circuito inadequado e com uma utilização inadequada dos serviços", disse, vincando que, apesar da "suborçamentação, das grandes dificuldades e dos poucos recursos humanos" foram feitas mais consultas e mais procedimentos cirúrgicos em 2017.
O Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira conta atualmente com 4.771 colaboradores, dos quais 422 são médicos e 1.686 enfermeiros.
c/Lusa