“O nosso grande desafio, neste momento, é crescermos no futuro mais do que 1,3%”, afirmou, para logo acrescentar ser “fundamental que esse crescimento ocorra por via da produtividade e das empresas”.
Miguel Albuquerque falava à margem de uma visita a uma empresa do setor automóvel, no Funchal, num comentário à revisão em alta da previsão de crescimento da economia portuguesa deste ano para 1,8%, ligeiramente acima dos 1,3% previstos em outubro, anunciada pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, no âmbito do Programa de Estabilidade.
Segundo indicou o ministro, o principal "motor" para a revisão em alta são as exportações.
O executivo madeirense acompanha a previsão e a expectativa do Governo socialista, disse Miguel Albuquerque, alertando, contudo, que “se não houver um crescimento robusto da economia” está-se “a viver numa ilusão”.
O governante insular faz a mesma advertência em relação ao aumento de 3,75% nas pensões a partir de julho, anunciado hoje pelo primeiro-ministro, António Costa, no final de um Conselho de Ministros extraordinário que aprovou novas medidas de apoio ao rendimento.
“Acho que o crescimento sustendo das pensões é algo que tem de ser feito, mas a gente só pode distribuir e reforçar aquilo que se produz”, avisou Miguel Albuquerque, lembrando que Portugal registou, em 2022, “a maior carga fiscal de sempre”, atingindo o “valor recorde” de 36,4% do Produto Interno Bruto (PIB).
“Estar a aumentar rendimentos e salários e depois retirar parte desse aumento através da carga fiscal ou por via da inflação é uma ilusão e um logro”, afirmou.
O cenário macroeconómico do Programa de Estabilidade para o período 2023-2027, que o Governo remete à Comissão Europeia e à Assembleia da República, aponta para um crescimento do PIB de 1,8%, o que significa uma melhoria face à previsão de outubro, subjacente ao Orçamento do Estado para 2023 (OE2023).
Na sequência da apresentação do Programa de Estabilidade, decorreu um Conselho de Ministros extraordinário que aprovou um aumento intercalar das pensões a partir do próximo mês de julho, no valor de 3,57%.
António Costa precisou que, somada ao aumento já concretizado em janeiro, esta nova medida vai fazer com que "ao longo deste segundo semestre os pensionistas já terão a sua pensão atualizada ao valor que resulta da lei de bases da Segurança Social".
Lusa