O Governo da Madeira está a investir 30 milhões de euros na recuperação de 100 quilómetros de canais de regra e outros 24 milhões na recuperação das redes de abastecimento nos municípios aderentes à Águas e Resíduos da Madeira.
O investimento foi hoje realçado pela secretária do Ambiente e Recursos Naturais da Madeira num evento que assinalou o Dia Mundial da Água no arquipélago.
Susana Prada sustentou que a “quantidade de água atualmente disponível é suficiente para satisfazer todas as necessidades” na região, contrapondo que muita também “se perde nas redes de abastecimento público, prejudicando o regadio”.
A governante destacou que a Madeira tem apostado na “criação de reservas estratégicas de água em altitude, com a construção da lagoa do Paul da Serra e do novo túnel hidráulico no sistema do Canal do Norte”.
Outra das medidas em curso são os “trabalhos de limpeza e reflorestação de 1.500 hectares de áreas degradadas nas serras, que irão criar, a longo prazo, uma floresta que facilite a infiltração, regule o escoamento superficial e capte água do nevoeiro, diminuindo a erosão dos solos e o risco de aluvião”, realçou.
No seu entender, a “gestão da água é um dos maiores desafios” da atualidade, sendo necessário o empenho de todos para “garantir as necessidades”, um esforço que precisa da participação dos municípios.
A responsável madeirense mencionou que na região, desde 2010, se regista uma “diminuição da precipitação média”, situação que obriga a “fazer uma gestão, nem sempre fácil da água”.
A secretária madeirense salientou que “para dar cumprimento à Diretiva Quadro da Água, transposta para o quadro jurídico nacional pela Lei da Água, surgiram os Planos de Gestão de Região Hidrográfica”, assegurando que “a maioria destas medidas já estão no terreno” no arquipélago.
No âmbito deste dia mundial foi lançado, no Funchal, o livro do “Plano de Gestão de Região Hidrográfica do Arquipélago da Madeira” que contou com uma apresentação de José Virgílio Cruz sobre o planeamento de recursos hídricos no arquipélago dos Açores.
Por seu turno, a Câmara Municipal do Funchal lançou a campanha “Água da Torneira: beba sem moderação”, que tem como símbolo a distribuição de garrafas de água reutilizáveis que vão passar a ser entregues em iniciativas da autarquia no corrente ano.
A iniciativa “visa apelar ao consumo de água da torneira como uma opção mais ecológica, económica e acessível, sendo que a autarquia vai dinamizar, em 2018, ações de informação e sensibilização complementadas com jogos didáticos destinadas aos diversos públicos-alvo”, diz o município funchalense.
O vice-presidente da Câmara do Funchal, Miguel Silva Gouveia, salientou que as 614 análises efetuadas, num total de 255 pontos de amostragem distintos, atestam que a água do concelho “é uma das melhores do país”.
“Com base nos valores das amostras de água a nível nacional, e na linha do que tem sido sempre regra, a água canalizada do Funchal encontra-se entre os melhores parâmetros do país”, declarou o autarca.
LUSA