“Temos vindo a tratar, com os diferentes agentes do setor, medidas que visam assegurar que os portugueses tenham acesso aos medicamentos de que necessitam para tratar as suas doenças. Vamos anunciar nos próximos dias medidas na área do medicamento”, disse Manuel Pizarro.
O ministro da Saúde, que falava aos jornalistas no Porto, garantiu que não se tem sentido no país “carência de nenhum medicamento indispensável”, mas admitiu que “existem dificuldades um pouco por toda a Europa”.
“É preciso dar essa mensagem de tranquilidade. Mas a verdade é que dificuldades de abastecimento criam pelo menos incómodo às pessoas e aos profissionais e isso é absolutamente indesejável. Temos de tomar medidas para que Portugal continue a ser um país com acesso claro aos medicamentos, procurando combater dificuldades que existem um pouco por toda a Europa. Não são apenas dificuldades portuguesas”, disse o governante.
Já em resposta ao desafio lançado hoje pelo bastonário dos farmacêuticos, Helder Mota Filipe, de criação de uma reserva de medicamentos, Pizarro considerou a sugestão “bem-vinda”.
“Dentro das medidas que estão a ser equacionadas, essa proposta do senhor bastonário da Ordem dos Farmacêuticos merece toda a nossa atenção”, concluiu.
Em entrevista ao Diário de Notícias, Helder Mota Filipe defendeu que se deve "trabalhar urgentemente numa verdadeira, robusta e moderna estratégia de reserva de medicamentos".
"Deveríamos ter uma reserva que permitisse ao Estado recorrer a ela nestas situações, exatamente para se diminuir o risco de um problema de saúde pública", disse o bastonário.
Na mesma peça é descrito que na última semana, o Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed) suspendeu a exportação de 110 medicamentos, incluindo o antibiótico amoxicilina, o anti-inflamatório ibuprofeno ou o paracetamol.
É descrito que estes estão a faltar nas farmácias comunitárias e, nalguns casos, as reposições só estão previstas para daqui a meses, situação atribuída a problemas na produção e na distribuição.
Ao DN, Helder Mota Filipe disse que "a situação tem vindo a agravar-se e, muito provavelmente, vai agravar ainda mais, porque todas as causas que estão na sua base se vão manter".
Lusa