“Queria alertar para a necessidade imperativa de a Região ter que dar um sinal domingo pró União Europeia”, disse Miguel Albuquerque no âmbito do programa do Dia do Empresário Madeirense, um evento organizado pela Associação comercial e Industrial do Funchal (ACIF).
O evento tem o patrocínio da Presidência da República e este ano decorre subordinado ao tema ‘A Liderança Empresarial na 4.ª Revolução industrial”, contando com quinhentos inscritos.
O governante madeirense considerou que a plena integração na União Europeia foi “decisiva e fundamental para o surto de desenvolvimento que nos últimos decénios” beneficiou a Madeira.
Para o chefe do executivo insular que este é “um projeto único, político importantíssimo que garantiu a paz e união nos últimos 70 anos”, contribuindo para o desenvolvimento de um continente.
“De facto, este projeto hoje está em perigo, porque as forças de desintegração que querem fazer a sua implosão podem garantir uma maioria hoje no Parlamento Europeu”, sustentou.
Miguel Albuquerque defendeu ser necessário “fazer todos os esforços no sentido de garantir que a União Europeia vai continuar como projeto de paz, de cooperação e desenvolvimento dos povos europeus”.
O governante salientou que “nem todas as forças políticas são pró Europa”, adiantando que “uma grande parte das forças que concorrem ao Parlamento Europeu são anti-União Europeia, anti-mercado, anti-investimento, muitas totalitárias mas mascaradas de forças democráticas”, sendo “favoráveis à desintegração da Europa, ao nacionalismo, ao encerramento das fronteiras”.
Falando do contexto nacional, o presidente do executivo madeirense indicou que, tendo em conta as estatísticas, é possível concluir que Portugal “está estagnado há 20 anos e os indicadores apontam que vai continuar mais anos” nessa situação.
“Portugal terá uma das economias mais pobres da União Europeia” e os portugueses pagam uma das mais pesadas cargas fiscais.
“A nossa economia não está a crescer”, sublinhou, argumentando que esta situação está relacionada com “fatores de ordem política”, vincando que “uma das razões é que desapareceram cerca 10% do PIB, 20 mil milhões de euros no setor bancário, nos buracos dos bancos”.
Respondendo ao presidente da ACIF, Jorge Veiga França, o qual falou sobre os “fatores críticos” para os três principais setores da economia da Madeira: turismo, Centro Internacional de Negócios da Madeira e investimentos no mar, Miguel Albuquerque afirmou que estes estão relacionados com o contexto nacional.
“Grande parte dos problemas que colocou são de índole política”, declarou, reportando-se às questões relacionadas pelo responsável da ACIF como os problemas causados à Zona Franca da Madeira pela “discriminação negativa imposta pela Comunidade Europeia ao abrigo do regime atual de auxílios de Estado ao desenvolvimento regional”.
Jorge Veiga França destacou que essa “publicidade negativa é prejudicial” para Portugal e “as outras praças concorrentes agradecem.
Os problemas da mobilidade área, uma terceira companhia aérea, as elevadas taxas aeroportuárias, uma linha de transporte marítimo todo o ano, as implicações do ‘Brexit’ no turismo britânico que a par do alemão tem registado decréscimos, a possibilidade de apostar no mercado norte-americano e a importância dos investimentos no mar foram alguns dos aspetos que referiu.
C/ LUSA