“Os Estados Unidos incentivam todos os Aliados da NATO a fazerem a sua parte para cumprir os compromissos [assumidos] na cimeira do País de Gales”, disse à Lusa fonte do Departamento de Estado norte-americano, em resposta por escrito, dois dias depois do final da cimeira de líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
Em setembro de 2014, poucos meses após a anexação da Crimeia pela Rússia, os líderes da NATO, reunidos em cimeira no País de Gales, comprometeram-se a investir 2% dos respetivos PIB em Defesa.
Segundo estimativas divulgadas pela NATO, Portugal deverá reservar, em 2022, 1,44% do PIB à Defesa.
À entrada para a cimeira da NATO, na quarta-feira, António Costa afirmou que Portugal não se pode "objetivamente comprometer" com uma data para atingir a meta de 2% do PIB reservados à Defesa, afirmando que o país só assume "compromissos que pode cumprir" e invocando "a situação de incerteza" da economia global e a "grande determinação" em reduzir de forma "forte" a dívida pública.
Em conferência de imprensa na quinta-feira, após o final da cimeira, o primeiro-ministro afirmou ter transmitido essa mensagem à Aliança Atlântica, acrescentando que Portugal irá atingir a meta dos 2% “ao longo da década”.
Costa referiu ainda que Portugal pode “acelerar a convergência para esse objetivo” caso a União Europeia (UE) disponibilize fundos comunitários no âmbito da política comum de segurança e defesa.
Nas declarações à Lusa, o Departamento de Estado qualifica Portugal como um “importante Aliado da NATO” e um “amigo histórico”, referindo que as Forças Armadas dos dois países trabalham “lado a lado”, “fortalecendo a parceria e garantindo a segurança” de ambas as nações.
“Em conjunto com Portugal, os nossos militares estão a operar globalmente, desde a Roménia – no âmbito das medidas de segurança da NATO – a operações marítimas conjuntas no Atlântico”, refere o Departamento de Estado, em referência ao contingente militar português composto por 221 militares que se encontra atualmente na Roménia.
Numa referência à base das Lajes, operada pelas Forças Armadas norte-americanas, o Departamento de Estado – dirigido pelo Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken – realça que “os Açores desempenham um papel único e especial na amizade histórica entre os Estados Unidos e Portugal”.
“As nossas famílias, culturas e economias têm crescido em conjunto nos últimos 226 anos. Estes laços são a base sólida na qual a nossa prosperidade e segurança comum é construída”, indica.
“As relações entre Portugal e os Estados Unidos estão mais fortes do que nunca. Somos amigos, somos parceiros e somos aliados. E, tendo em conta que a maioria dos luso-americanos têm raízes nos Açores, somos também família”, adianta.