O presidente do Governo da Madeira acusou hoje o ministro do Planeamento e das Infraestruturas de estar a “fugir com o rabo à seringa” na necessária intervenção na política comercial da TAP, assumindo estar disposto para uma “guerra” nesta matéria.
“O ministro [Pedro Marques] não se pode furtar, fugir com o rabo à seringa relativamente a esta questão, porque o problema que está aqui é de intervenção política numa companhia que está a prejudicar a circulação entre território nacional e a Madeira”, declarou Miguel Albuquerque, à margem de uma visita que efetuou a obras de requalificação no troço entre Santo da Serra e a Referta, no concelho de Machico.
No entender do governante madeirense, o ministro do Governo socialista “veio tapar o sol com a peneira, dizendo que havia uma guerra entre a pessoa do Miguel Albuquerque e o presidente da TAP”.
O chefe do executivo insular, social-democrata, vincou que a sua obrigação é defender os interesses da Madeira, o princípio da continuidade e coesão territorial e mobilidade dentro do próprio pais, considerando que a atual situação “é inaceitável e Portugal é o único país europeu onde isto se passa”.
O responsável criticou o facto de os madeirenses, porto-santenses e cidadãos residentes no território nacional terem de pagar entre 500 e 600 euros para deslocarem-se dentro do mesmo país, praticando esta companhia, “que não é privada” porque o Estado detém 50%do capital, preços “exorbitantes” e “altíssimos”.
“A guerra não é entre o presidente da TAP e Miguel Albuquerque. Se for para haver guerra também vai haver. Isto também não tem problema”, sustentou.
Miguel Albuquerque apontou que outra questão para a qual “ainda não há explicação plausível” é o “prejuízo material e imoral que foi desencadeado pela TAP pelo cancelamento de voos e a forma como tratou os passageiros”.
Insistiu na necessidade de modificar e simplificar o subsídio de mobilidade, uma revisão que já foi aprovada por unanimidade no parlamento regional.
“Isto é da tutela e o ministro tem de fazer uma intervenção sobre esta matéria”, sustentou.
O líder social-democrata regional ainda reafirmou que “quando o presidente da TAP veio falar em preços módicos devia estar a falar noutro planeta ou para a Europa, porque para a Madeira os preços são altíssimos”.
Ainda censurou o responsável desta companhia que declarou rejeitar “alterações nos limites de vento na Madeira”, defendendo a importância da revisão técnica deste assunto pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para “introduzir melhorias e alterações dentro do princípio básico de segurança”.
Estas quatro questões “não têm nada a ver com guerra pessoal entre a minha pessoa e o presidente da TAP”, vincou.
Questionado sobre a necessidade de uma intervenção do primeiro-ministro nesta matéria, Albuquerque respondeu que António Costa “está-se nas tintas para as questões da Madeira”.
No que diz respeito ao Presidente da República, opinou que Marcelo Rebelo de Sousa “tem de acompanhar estas questões”.
Mas, acrescentou: “Não vamos desviar [o assunto]. Quem tem de assumir as responsabilidades da mobilidade é o Governo nacional e o ministro não pode dizer que não tem nada a ver com o assunto e que é uma guerra, como se não tivesse nada a ver com o assunto”, concluiu.
LUSA