No dia seguinte à China ter divulgado uma posição sobre o conflito, Macron disse que a paz só será possível se implicar “uma paragem da agressão russa, a retirada das tropas e o respeito pela soberania territorial e pelo povo ucraniano”.
“O facto de a China estar empenhada em esforços de paz é muito bom”, disse Macron durante uma visita ao Salão da Agricultura, em Paris, citado pela agência francesa AFP.
Macron apelou a Pequim “para não entregar quaisquer armas à Rússia” e para ajudar a pressionar Moscovo a nunca utilizar armas químicas ou nucleares.
Pediu também que a China, que tem mantido uma posição próxima de Moscovo, ajude a convencer Rússia a parar os combates como condição prévia para negociações.
A Ucrânia exige a retirada das tropas russas de todo o território ucraniano, incluindo das cinco regiões que Moscovo declarou ter anexado: Crimeia, em 2014, e Kherson, Zaporijia, Donetsk e Lugansk, em setembro do ano passado.
A Rússia rejeita essas condições e alega que a Ucrânia tem de ter em conta a realidade atual, significando que deve reconhecer a anexação dos cinco territórios.
A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas cinco regiões anexadas.
No documento divulgado pela diplomacia chinesa na sexta-feira, Pequim defende o respeito pela soberania de todos os países, à luz do “direito internacional universalmente reconhecido, incluindo os objetivos e princípios da Carta das Nações Unidas”.
“A soberania, independência e integridade territorial de todos os países deve ser efetivamente respeitada”, lê-se no primeiro ponto da declaração disponibilizada no ‘site’ do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
A iniciativa chinesa foi recebida com ceticismo na sexta-feira pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que a considera como uma mera proposta, segundo a agência espanhola Europa Press.
Zelensky disse que a China está próxima da Rússia e sempre criticou as sanções internacionais contra Moscovo.
O líder ucraniano congratulou-se, no entanto, com o facto de Pequim estar finalmente a falar sobre o conflito na Ucrânia.
A invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, desencadeou uma guerra de larga escala que mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Desconhece-se o número de baixas civis e militares do conflito, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será elevado.
Os aliados ocidentais da Ucrânia assinalaram o primeiro aniversário da guerra com o anúncio de mais apoio militar a Kiev e novas sanções contra a Rússia.