Em declarações à agência Lusa, Eduardo Jesus afirmou que a Secretaria tem estado a acompanhar toda a situação, tendo contactado a esmagadora maioria do alojamento que existe na Madeira, estando apenas a ser afetado um subsetor que tem a ver com a animação turística.
“Tivemos respostas de todos os contactos em que não existe nenhuma tendência e cancelamentos por força dos incêndios. O que passou a existir foi uma frequência muito mais elevada de pedidos de esclarecimento. As pessoas antes de virem, especialmente os que reservam diretamente, estão a fazer muito mais perguntas. […] Há também pessoas que remarcaram para outras datas”, indicou.
O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou no dia 14 de agosto, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana.
De acordo com o secretário Regional da Economia, Turismo e Cultura, as pessoas perguntam se a Madeira está em condições de os receber, se o ar tem qualidade respirável, se as zonas afetadas estão próximas do alojamento, se os serviços estão a funcionar e se o setor está a responder.
“Temos respondido com o que é a realidade. O setor não diminuiu em nada a sua capacidade instalada. Nós estamos com a mesma capacidade e força que anteriormente. O alojamento não está a sofrer cancelamentos por força dos incêndios e toda a atividade económica das agências de viagens […] também não registou nenhuma tendência [de cancelamentos]”, referiu.
Segundo Eduardo Jesus, há um subsetor que está a ser mais afetado e que tem a ver com a animação turística, com a utilização de veredas e levadas, algumas com acesso vedado ou condicionado.
“Algumas estão com acesso condicionado porque as redes viárias estão a ser avaliadas e limpas e preparadas para a normal circulação e já hoje temos a notícia de abertura de 10 percursos condicionados, sendo no total neste momento 24 os percursos pedestres à disposição da população”, adiantou.
Eduardo Jesus disse ainda que, devido à situação, foi preciso encontrar alternativas ao nível da animação turística.
“É preciso encontrar alternativos, felizmente a Madeira tem oferta. Se não é possível a cordilheira central, é possível o Caniçal, se não é possível na zona Serra de Água, no Paul é possível mais para baixo, a oeste junto ao mar. É esta a ginastica que estamos a fazer”, indicou.
O secretário Regional da Economia, Turismo e Cultura salientou também que tem estado a ser feito um combate muito grande a notícias que estão a sair que relacionam ventos fortes no aeroporto com o incêndio e que não são verdadeiras.
“Fomos atrás de noticias internacionais e clarificamos esses órgãos de comunicação social. A associação de promoção desde o primeiro dia dos incêndios iniciou uma vaga de informação digital para dar conta da oferta que não foi afetada e do que se passa na Madeira. Tivemos a dirigir essa comunicação a ‘influencers’, usamos a rede diplomática através de consulados e embaixadas para esclarecer os países de origem. O esforço tem sido mais a desmontar notícias que não são verdadeiras do que a gerir o impacto local do incêndio”, disse.
Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para mais de 5.002 hectares de área ardida.
Desde o início do incêndio, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção dos da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos.
O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas ou de infraestruturas essenciais.
Lusa