"O quadro político regional está condicionado pelo que podemos chamar de ‘mito do mar de rosas’", disse Edgar Silva na sessão de abertura do X Congresso Regional do PCP, cujas máquinas de propaganda do PSD e do PS procuram "falsear a realidade", "vender ilusões" e oferecer "a mitificação" daqueles partidos.
"Rivalizando na constante propaganda do "mar de rosas", quer Miguel Albuquerque [líder do PSD-M e presidente do Governo Regional], quer Paulo Cafôfo, enquanto procurador do PS na região, alargam uma ofensiva ideológica que visa anestesiar, adormecer as consciências, as vontades pretendendo esconder a profundidade dos problemas, tentando, a todo o custo, fazer crer que não existe outra qualquer alternativa, outro qualquer rumo", continuou Edgar Silva.
Para Edgar Silva, à tese do "mar de rosas", da bipolarização Miguel Albuquerque ou Paulo Cafôfo, "importa contrapor a realidade, a verdade da vida concreta" e denunciar que o "mundo que vendem, não é tão bom, nem está tão bem como Albuquerque e o PSD querem fazer crer, nem tudo é tão fácil como Cafôfo, enquanto procurador do PS, quer fazer acreditar aos madeirenses".
Segundo o coordenador regional do PCP, que diz estar disponível para liderar o partido mais quatro anos na região, Miguel Albuquerque e Paulo Cafôfo "mais parecem o Senhor Feliz e o Senhor Contente".
"Em nome da verdade, cabe-nos demonstrar que há outro caminho, que existe outro projeto para responder aos problemas dos trabalhadores e do povo" porque os madeirenses "não estão condenados ao Senhor Feliz e ao Senhor Contente", nem ao "mar de rosas" que vendem na sua propaganda, nas primeiras páginas dos jornais e em sondagens.
Edgar Silva chamou ainda a atenção dos delegados ao congresso que nas eleições legislativas regionais de 2019 não está em causa a eleição de quem será o próximo presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque ou Paulo Cafôfo, mas a eleição dos 47 deputados e a sua distribuição na Assembleia Legislativa da Madeira, lembrando que nas últimas legislativas nacionais quem ganhou foi Pedro Passos Coelho mas o Governo que está em Lisboa não é do PSD.
O dirigente comunista lembrou também que "a substituição de Albuquerque por Cafôfo na Câmara Municipal do Funchal, no fundamental, o que aconteceu foi um prolongamento da mesma política, do mesmo folclore comunicacional, a mesma proteção e o mesmo favorecimento à especulação imobiliária e aos grandes negócios ao serviço dos donos disto tudo, nada mudou".
"Não basta que mudem aqueles que estão na cadeira do poder, é necessário atender e alterar a natureza das políticas", concluiu.
Sob o signo "Novo rumo ao serviço dos trabalhadores e do povo", o X Congresso Regional procura alargar os seus quadros, rejuvenescer e reforçar a sua influência na sociedade madeirense.
A sessão de encerramento no domingo será presidida pelo secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa.
C/LUSA