Em comunicado, os comissários políticos da corrente interna “Mais PAN, Agir para Renovar” referem-se à decisão da Comissão Política Nacional, tomada na noite de quinta-feira, de suspensão imediata do porta-voz regional do partido na Madeira, Joaquim Sousa, e desencadear um inquérito disciplinar.
Depois da reunião, o dirigente madeirense anunciou a demissão do cargo e a desfiliação do PAN.
Na nota divulgada hoje, Nelson Silva, Maria João Sacadura, Rui Alvarenga, Alexandra Miguel, Fernando Geração, Sandra Enteiriço, Fernando Rodrigues manifestam a sua “profunda indignação relativamente à purga interna que incide sobre a pessoa do porta-voz regional da Madeira” e consideram estar “instalado um clima de perseguição e condicionamento da liberdade de expressão no PAN”.
Estes dirigentes referem que o caso de Joaquim Sousa “é apenas a ponta de um iceberg de perseguição interna aos críticos da atual porta-voz nacional”, estando “instalada a caça ao crítico e instituído o delito de opinião, numa clara tentativa de instalar o pensamento único”.
“Tudo isto num partido que se afirma diferente, empático, compassivo, defensor dos valores da democracia e da transparência”, assinalam.
No caso do porta-voz regional, “a direção nacional não conseguiu demonstrar a solidez dos fundamentos para a suspensão preventiva e abertura de processo disciplinar”, defendem os críticos.
Estes dirigentes nacionais refutam a acusação da direção de que Joaquim Sousa apelou publicamente aos eleitores, através de um texto publicado num jornal local, para não votarem no PAN, sustentando que “esclarece apenas, publicamente, pois é o único recurso de se fazer ouvir no interior do PAN, os motivos que o levam, individualmente, a não votar no PAN”.
“O principal fundamento invocado pela direção nacional carece de rigor e solidez”, defendem ainda.
Os sete militantes da corrente interna “Mais PAN, Agir para Renovar” consideram também que houve “uma ingerência direta e pessoal da porta-voz nacional” no afastamento de Joaquim Sousa enquanto cabeça de lista do PAN às eleições regionais de domingo, a direção teve a “necessidade de o neutralizar politicamente” enquanto líder regional “a fim de facilitar o acordo” de incidência parlamentar celebrado com o PSD Madeira.
Apontando que Joaquim Sousa se manteve como porta-voz regional depois da alteração da lista, defendem que “obrigatoriamente teria de ser convocado para participar na negociação do acordo entre o PSD-Madeira e o PAN-Madeira”.
“Mas não, foi colocado à margem! E foi colocado à margem porque Joaquim Sousa não estava disponível para transformar o PAN Madeira na tábua de salvação da maioria absoluta PSD/CDS que os madeirenses e porto-santenses recusaram dar”, criticam.