"Se for alguém que venha dar algum benefício, alguma mais-valia, é sempre bem-vindo. Se for mais um cargo só para dizer que se criou mais um lugar, penso que não é necessário", afirmou Pedro Calado, à margem da abertura do Tourism Innovation Challenge, uma iniciativa promovida pela Startup Madeira e o Turismo de Portugal, que decorre no Funchal.
O governante disse também que o executivo regional "nunca pediu e nunca falou" de um delegado da TAP na Madeira, realçando que tomou conhecimento dessa decisão pela comunicação social.
O anúncio foi feito na segunda-feira, 12 de novembro, pelo administrador não executivo da companhia Bernardo Trindade, na Comissão Parlamentar de Inquérito à Política de Gestão da TAP em relação à Madeira, onde o responsável revelou que a criação do cargo de diretor-geral surge na sequência dos sucessivos cancelamentos de voos que afetaram as ligações no verão passado.
"Foi decidida a criação do diretor-geral da TAP na Madeira, baseado no aeroporto e com o objetivo de dar a cara e responder perante as adversidades que muitas vezes resultam da atividade da companhia, designadamente os cancelamentos por mau tempo e os cancelamentos que são responsabilidade da TAP", disse Bernardo Trindade.
O vice-presidente do Governo Regional desconhece, no entanto, quais as características e como é que se vai processar o trabalho desse diretor-geral.
"Não sei como é que vai funcionar, com quem é que se vai articular, que mais-valia vai trazer", disse.
E acrescentou: "Não sei se esse diretor-geral vai articular diretamente com a ANA, com a ANACOM, com o Ministério do Planeamento e das Infraestruturas, se vai resolver o problema do subsídio de mobilidade, se vai ter capacidade de rever os preços para a Madeira".
Pedro Calado sublinhou ainda que o problema da TAP resulta apenas da prática de preços elevados na rota da Madeira, pelo que "se essa figura vai ajudar a reduzir os preços é sempre bem-vinda".
C/LUSA