As detenções foram confirmadas pela organização não-governamental (ONG) Programa Venezuela de Educação e Ação em Diretos Humanos (Provea) e pelo partido Vontade Popular (VP, centro-esquerda), liderado por Leopoldo López (atualmente asilado em Espanha) e do qual fazia parte o líder da oposição, Juan Guaidó.
“Funcionários da Direção-geral de Contra-Inteligência Militar [DGCIM, serviços de informações militares] e do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional [SEBIN, serviços de informações] detiveram, pelas 17:00 [22:00 de quarta-feira em Lisboa] o dirigente social de La Veja, Jairo Pérez”, denunciou a Provea na rede social Twitter.
Por outro lado, o partido VP, adiantou que foram detidos três familiares de Javier González “El Gocho”, acusado recentemente pelo regime de ter alegados vínculos com organizações criminosas que na semana passada ocasionaram violentos confrontos com as forças de segurança em Caracas.
“Detiveram arbitrariamente a senhora María Coromoto González, mãe do nosso irmão Javier González "El gocho", ativista de VP em Caracas. Durante uma rusga à sua residência, localizada no bairro 23 de Enero, como não o encontraram, levaram também o seu irmão Michael González e o seu primo Michel González", denunciou a organização na sua conta no Twitter.
Estas novas detenções têm lugar depois de na segunda-feira as autoridades venezuelanas tentarem, sem sucesso, deter o líder político opositor Juan Guaidó. Estas acabaram por deter, entretanto, o ex-vice-presidente do parlamento, o oposicionista Freddy Guevara.
Ações que surgem depois de o presidente do parlamento (da maioria chavista), Jorge Rodríguez, apelar ao Ministério Público para deter o chefe de gabinete da equipa de Juan Guaidó, Luís Somaza, e os dirigentes Emílio Graterón, Hasler Iglesias e Gilber Caro, do partido Vontade Popular (centro-esquerda).
Domingo, durante um discurso transmitido pela televisão estatal venezuelana, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que nas próximas horas seriam conhecidos “elementos, provas, da articulação da ultradireita golpista” com situações de violência ocorridos em Caracas.
Segundo Nicolás Maduro, a oposição tinha um plano para provocar “uma insurreição popular armada desde os bairros de Caracas” e gerar “uma guerra civil entre venezuelanos”.