Questionados pela agência Lusa, o presidente reeleito nas últimas autárquicas, Guido Gomes, assim como a coordenadora regional do BE, Dina Letra, disseram à Lusa que a votação terminou empatada duas vezes, pelo que a lei obriga ao adiamento da eleição.
A notícia foi inicialmente avançada pelos órgãos de comunicação social regionais.
O BE decidiu não viabilizar o executivo da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior uma vez que a lista que Guido Gomes levou a votação não contemplava nenhum nome bloquista, justificou a coordenadora regional do Bloco à Lusa.
Dina Letra disse tratar-se de uma “quebra de confiança” depois de um compromisso de oito anos, reforçando que “não faz sentido” a exclusão do BE do executivo.
O presidente eleito Guido Gomes contrapôs que não se trata de quebra de confiança, mas sim de uma alteração da lei, que obriga à paridade da lista.
Tendo em conta que o Bloco como não tinha nenhuma mulher na lista – apenas um homem -, Guido Gomes teve de excluir o elemento bloquista, explicou o próprio.
Já Dina Letra referiu que os primeiros lugares da lista eram paritários e rejeitou os argumentos do presidente eleito da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, a única das dez que compõem o concelho do Funchal onde a coligação Confiança (PS, BE, PAN, MPT, PDR) venceu.
Nas eleições de 26 de setembro, foram eleitos sete elementos da coligação Confiança e seis da coligação Funchal Sempre à Frente (PSD/CDS-PP) à Assembleia de Freguesia de Santa Maria Maior.
Com a não viabilização do BE do executivo de Guido Gomes, composto por cinco elementos incluindo o presidente, a tomada de posse teve de ser adiada.
Guido Gomes referiu ainda que a lista será novamente posta a votação na quinta-feira, mas não se comprometeu a mudá-la, alegando não ter “outra alternativa”.
Por outro lado, o BE mostrou-se disponível para votar favoravelmente caso passe a ser incluído no executivo.
Pedro Calado, que encabeçou a coligação PSD/CDS-PP, conseguiu reconquistar nas últimas autárquicas a liderança da Câmara Municipal do Funchal, oito anos depois de os sociais-democratas terem perdido a maioria absoluta no principal e mais populoso concelho da Madeira.