A ministra da Cultura vai ser ouvida no parlamento acerca da integração de trabalhadores precários na RTP, disse hoje o deputado do Bloco de Esquerda (BE), José Soeiro.
“A próxima audição que temos aqui é a da ministra da Cultura porque, neste momento, é o Governo que tem de assumir as suas responsabilidades”, ao validar a “posição errada” da administração da RTP quanto a “falsos ‘outsourcings’ [subcontratação de serviços]", disse o deputado do BE durante a audição parlamentar das estruturas representativas dos trabalhadores da RTP.
Esta audição na Comissão de Trabalho e Segurança Social, na sequência de um requerimento do grupo parlamentar do BE, incluiu representantes dos sindicatos dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual, Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual, dos Jornalistas e dos dos Meios Audiovisuais (SMAV), bem como da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).
A presidente do Sindicato dos Jornalistas, Sofia Branco, classificou como “inqualificável” o processo de comunicação da integração dos trabalhadores precários da RTP, e lembrou os danos que estão a ser causados a estes funcionários que neste momento têm a vida “em suspenso”.
“Esta administração não teve boa fé em todo este processo”, acusou Sofia Branco, ressalvando que a administração da RTP tem, no entanto, “dado sinais de resolver as coisas” apesar de o ter feito apenas depois dos protestos dos trabalhadores.
Entre os representantes hoje ouvidos no parlamento incluíram-se alguns trabalhadores precários ainda não integrados na RTP, como Pedro Vieira, que contou ter trabalhado dois anos na televisão pública e ter sido dispensado por o projeto onde estava ser temporário.
“Essa foi a explicação, que o meu projeto temporário tinha terminado, no entanto, as minhas funções continuam a ser desempenhadas por outros trabalhadores”, afirmou aos deputados.
Na terça-feira, o deputado comunista na Assembleia Legislativa da Madeira Ricardo Lume anunciou que o PCP requereu uma audição parlamentar ao diretor da RTP-Madeira sobre a integração de 18 trabalhadores precários na empresa ao abrigo do Programa PREVPAP.
Na RTP, ao abrigo Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração Pública e no Setor Empresarial do Estado – PREVPAP, 130 trabalhadores já tiveram parecer positivo para serem integrados nos quadros da empresa.
Mas estes 130 trabalhadores são dos centros de produção da RTP em Lisboa, Porto e Açores, deixando de fora os 18 trabalhadores precários da Madeira.
LUSA