"Em diversos grupos hoteleiros, a começar pelo maior grupo hoteleiro de Portugal como está já acontecer no Grupo Pestana, existem trabalhadores efetivos que estão a ser confrontados com documentos para o rescindir dos seus contratos de trabalho", refere, em comunicado, o PCP.
Para os comunistas, "como se já não fossem suficientemente graves os casos de não renovação de contratos, como se já não bastassem os processos tendentes a impor férias forçadas, iniciou-se uma outra etapa na escalada contra os direitos dos trabalhadores que está a passar pelo desencadear de processos de despedimento em massa".
"Esta é uma situação que não pode ser tolerada! Nem em nome da pandemia, nem em nome do recurso ao ‘lay-off’, se pode permitir que uma injustiça como esta vá por diante! Não se pode condescender perante este brutal ataque aos direitos ao trabalho neste país", refere o coordenador regional do PCP na Madeira, Edgar Silva.
O PCP alerta os trabalhadores da região para que "não assinem qualquer documento sem que primeiro seja visto pelo sindicato ou por um seu advogado".
"É preciso muito cuidado porque existem muitas armadilhas e muitos trabalhadores estão a ser convocados para a assinatura de documentos que, uma vez assinados, são uma autêntica declaração de morte para o trabalhador menos prevenido", sublinha.
A Lusa tentou sem sucesso obter um comentário do Grupo Pestana a estas acusações do PCP.
O novo Coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, há 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral de Saúde.
Dos infetados, 201 estão internados, 47 dos quais em unidades de cuidados intensivos.
Na Madeira, há nove casos confirmados.
Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.
Além disso, o Governo declarou na terça-feira o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.