Esta posição foi transmitida por António Costa em resposta às perguntas que lhe foram colocadas pelo PSD em 23 de novembro passado, depois de o ex-governador do Banco de Portugal Carlos Costa o ter acusado de pressão e de “intromissões políticas” no processo de afastamento da empresária Isabel dos Santos do BIC.
Na sequência dessas afirmações, que classificou de “falsas e ofensivas”, o primeiro-ministro anunciou em novembro que vai processar o ex-governador.
Na carta agora enviada ao parlamento, o líder do executivo assegura que “nunca fez diligência junto do governador do Banco de Portugal ou de quem quer que seja em favor” da filha do antigo Presidente de Angola, “nem, em concreto, sobre se devia ou não ser considerada idónea para ser administradora do EuroBic, quanto mais por esta ser filha de um Presidente de um país amigo”, responde o primeiro-ministro, desmentido a versão de Carlos Costa.
António Costa refere depois que o EuroBic “não foi objeto de qualquer tipo de ação” por parte do seu Governo e que “apenas o Banco de Portugal podia avaliar do fundamento da sua intervenção na definição do Conselho de Administração” desse banco, “que nunca foi comunicada publicamente, nem tal foi dado conhecimento” ao seu executivo.
“Naquele período havia outro processo envolvendo a envolvendo a engenheira Isabel dos Santos, esse sim com relevância para a estabilidade do sistema financeiro e a economia nacional, que exigia a maior atenção ao Governo: A situação de bloqueio acionista que se verificava no banco BPI”, assinala o líder do executivo.