Esta análise foi feita por António Costa no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, no final da reunião do Conselho de Ministros que procedeu à avaliação do impacto da pandemia em Portugal.
“Não estamos numa situação de pressão sobre os internamentos, quer em cuidados gerais, quer em cuidados intensivos. Temos neste momento no nosso sistema hospitalar cerca de 16 mil pessoas internadas e menos de 10% são doentes covid-19”, afirmou o líder do executivo no final da conferência de imprensa.
Segundo o primeiro-ministro, em termos de condições sanitárias, o país atravessa “neste momento, felizmente, uma situação tranquila”.
“Caso a situação se altere, teremos sempre em conta os diferentes indicadores, que tem a ver com a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde”, ressalvou, já depois de ter defendido que, face aos indicadores disponíveis, “há condições para se avançar com cautela” no levantamento de restrições.
Em relação à situação epidemiológica do país, o líder do executivo considerou que “há boas razões de gratidão em relação aos portugueses, sobretudo pela forma como cumpriram o conjunto de restrições acrescidas que vigoraram neste período”.
“Devemos estar satisfeitos pelo facto de a ciência ter permitido comprovar que não se confirmaram os piores receios sobre a variante Ómicron que, apesar de ser altamente transmissível, demonstra menor severidade. Por outro lado, a cobertura vacinal que temos tem sido efetiva em termos de proteção”, sustentou.
António Costa ressalvou depois que os cidadãos “não devem entender que esta variante é irrelevante, ou que não é perigosa, porque há um dado que ninguém pode esquecer: Ninguém pode antecipar quais são as consequências de longo prazo da contração da covid-19”.
No atual quadro, por isso, Portugal “pode avançar, mas avançar com cautela, quer com o conjunto de medidas agora adotadas, quer com as medidas que todos terão de continuar a cumprir individualmente”, completou.