“Com investimentos em infraestruturas, desenvolvimento dos estabelecimentos de ensino superior, dos centros de investigação científica e por via da descentralização, nós tivemos uma estratégia coerente e integrada de desenvolvimento do interior”, afirmou António Costa em Belmonte, no distrito de Castelo Branco, na cerimónia de anúncio do concurso público internacional para a instalação de redes de banda larga.
“Se [essa estratégia] produz frutos em dois anos, não produz. Mas cria as condições para que as próximas décadas sejam as décadas de inversão daquilo que foram as seis décadas que antecederam desde os anos 60 até ao tempo corrente”, assinalou o primeiro-ministro.
Na sua opinião, o investimento nas redes de banda larga “é fundamental” para as empresas, para a indústria, para agricultura e também para os cidadãos.
“Em territórios dispersos, em territórios envelhecidos com muitos idosos isolados, cada vez mais vamos ter de desenvolver mais soluções de teleassistência para garantir o acompanhamento de proximidade”, assinalou o chefe do executivo.
O procedimento tem um investimento global de 425 milhões de euros, sendo metade do valor assegurado por programas regionais 2030.
O objetivo é acabar com as zonas em que há falhas de rede ou a ausência de rede para comunicações eletrónicas.
António Costa revelou que o anúncio será publicado esta quinta-feira.
O primeiro-ministro manifestou-se ainda “orgulhoso” por Portugal ser o primeiro país a conseguir este desafio, destacando que os requisitos que a União Europeia estabeleceu “são verdadeiramente um convite a que nada se faça”.
“Era necessário localizar habitação a habitação, onde é que havia e não havia fibra ótica”, argumentou.
“Mas felizmente a ANACOM [Autoridade Nacional de Comunicações] fez e hoje podemos dizer com muito orgulho que fomos o primeiro país da União Europeia a conseguir realizar este trabalho”, adiantou.
O presidente ANACOM, João Cadete de Matos, precisou que o investimento vai abranger um total de 417 mil edifícios e permitir corrigir as assimetrias existentes, uma vez que todas as casas vão passar a ter cobertura de fibra ótica.
“É esmagador olhar para o nosso território e verificar tantas áreas brancas. A mancha branca domina o interior do país”, assinalou João Cadete de Matos, para quem vai ser possível “ter um país a uma só velocidade e mais justo”.
Lusa