"Eu não tenho de estar confiante da reeleição. Nós vivemos num processo democrático e eu sou profundamente crente nos processos democráticos", afirmou.
O presidente do CES falava à margem de uma conferência sobre os desafios da administração pública para a próxima década, promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), que decorre hoje no salão nobre da Assembleia Legislativa da Madeira, no Funchal.
Correia de Campos foi proposto pelo PS para um segundo mandato na presidência do CES e a votação será feita no próximo dia 28 na Assembleia da República, através de voto secreto.
No passado dia 20 de dezembro, já nesta legislatura, o parlamento chumbou a sua recondução como presidente do CES.
O antigo ministro da Saúde dos governos de António Guterres e de José Sócrates não alcançou a maioria de dois terços dos votantes constitucionalmente exigida, recolhendo 125 votos sim, 73 brancos e 11 nulos.
"Eu submeto-me totalmente à deliberação constitucional e que é tomada pelos eleitores. Foi a Assembleia (da República) que me elegeu e se a Assembleia entender que deve continuar a eleger-me, estarei pronto a assumir as responsabilidades", vincou.
O presidente do CES considera que o facto de não ter sido eleito na primeira votação não significa falta de consenso, mas apenas que houve "insuficiente maioria" para cumprir o requisito constitucional.
"Fui aprovado por uma maioria muito larga. Não foi suficiente de acordo com o requisito constitucional, mas eu considero isso um ato absolutamente natural da democracia. Ai de mim se eu me recusasse, porventura, evocando pruridos pessoais, a uma segunda tentativa", declarou.
Na primeira vez que foi proposto para presidir ao CES, em 2016, Correia de Campos só à segunda tentativa conseguiu alcançar os dois terços necessários dos votos.