"O congresso devia ter tido lugar em abril mas em virtude da pandemia tivemos de adiar", disse à agência Lusa Margarida Balseiro Lopes, atual líder da JSD Juventude Social Democrata).
"Como a situação de saúde continua preocupante e entendemos que a democracia não se suspende, nas últimas semanas, trabalhámos num modelo de congresso que garantisse o cumprimento das regras estatutárias e a salvaguarda pela saúde das pessoas, as que participam no congresso e os seus familiares e amigos que poderiam ficar em risco se fosse presencial", acrescentou.
Margarida Balseiro Lopes explicou que as votações serão descentralizadas, nas sedes de distrito, com um horário muito alargado (das 12:00 às 19:00 de domingo, 26 de julho), sendo que a máscara de proteção individual é obrigatória para poder votar.
Presencialmente, estarão na sede nacional da JSD os presidentes dos órgãos nacionais, um por sala, com um televisor, onde estará a ser transmitido o congresso através de uma plataforma informática.
Todos os delegados poderão falar através da plataforma para garantir a discussão, explicou Margarida Balseiro Lopes.
"A nossa maior preocupação foi adaptar a estrutura da JSD a estes tempos de pandemia, protegendo os militantes e as suas famílias e amigos. Creio que é um exemplo que damos ao país", concluiu.
De acordo com o regulamento aprovado pelo Conselho Nacional da JSD no sábado, a que a Lusa teve hoje acesso, os delegados eleitos ao Congresso deverão votar na sede distrital ou regional hierarquicamente relevante para a concelhia na qual foram eleitos, com exceção dos delegados das Regiões Autónomas, que poderão votar na ilha na qual foram eleitos.
A ordem de trabalhos do XXVI Congresso prevê, após a abertura, a apreciação do relatório de atividades da Comissão Política Nacional (CPN) para o mandato 2018-2020, seguindo-se a apresentação e discussão das propostas políticas setoriais e das moções de estratégia global para o mandato 2020-2022, a eleição dos órgãos nacionais da JSD e a aprovação da moção de estratégia global, antes do encerramento.
O congresso esteve inicialmente marcado para 17, 18 ou 19 de abril, mas foi cancelado, com os dois candidatos à liderança a apelar na altura à responsabilidade dos jovens para evitar uma maior propagação do covid-19.
Em março, os dois candidatos, Alexandre Poço e Sofia Matos, decidiram cancelar todas as iniciativas de campanha presenciais, devido à pandemia.
Sofia Matos, 29 anos, é atualmente secretária-geral da JSD e foi mandatária nacional para a Juventude de Rui Rio na disputa interna pela liderança do PSD.
Natural da Trofa (Porto), a deputada, eleita pelo círculo do Porto nas legislativas de outubro, é advogada e também presidente distrital da JSD.
Alexandre Poço, 27 anos, natural de Oeiras (Lisboa) é consultor e um dos cinco vice-presidentes da JSD e líder da distrital de Lisboa desta estrutura.
Licenciado em Ciências da Comunicação, foi eleito deputado nas últimas legislativas por Lisboa. Nas recentes eleições internas do PSD, esteve inicialmente ao lado do vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz, tendo na segunda volta apoiado o antigo líder parlamentar Luís Montenegro.
A atual líder da JSD, Margarida Balseiro Lopes, já completou 30 anos – idade limite para militar na ‘jota’, não se podendo recandidatar -, foi eleita em abril de 2018 e tornou-se então a primeira mulher a chefiar esta estrutura.