“A concorrência dos partidos políticos não está baseada num espírito de inimizade ou injúrias e ameaças contra uns e outros, mas sim na apresentação das suas convicções e suas linhas ideológicas, respeitando suas leis e sua dignidade coletiva. Enfim, são muitas, mas simples, lições que anotamos nos poucos dias de trabalho da nossa missão de observação”, lê-se numa nota disponibilizada hoje pela CNE.
O órgão eleitoral moçambicano refere que participaram nas eleições de domingo “cerca de 500 observadores provenientes dos mais diversos países”, incluindo, de Moçambique, além de Carlos Matsinhe, também Simeão Nhambe, do Instituto Republicano para a Democracia.
“De referir que durante a observação junto das mesas de votação e assembleias eleitorais surpreendeu-nos a simplicidade do processo, falta dos fiscais dos partidos políticos, embora tivessem o direito de testemunhar o processo. O formato de votação automatizado é bastante transparente do início ao fim”, acrescenta a mesma informação.
“Os eleitores usam o Bilhete de Identidade para a votação. Isto é, na Venezuela não há recenseamento somente para fins eleitorais, o que poupa o país do custo do recenseamento eleitoral, o tempo dos cidadãos e diversos recursos”, refere ainda, numa alusão ao sistema moçambicano, que a cada ato eleitoral realiza o recenseamento de toda a população com capacidade eleitoral.
“Estas eleições foram marcadamente participativas e pacíficas. Apesar de terem participado 38 candidatos e seus respetivos partidos políticos, o ambiente foi tranquilo, o que significou existir maior confiança entre os partidos políticos concorrentes bem assim com todo o sistema eleitoral. A Venezuela usa um sistema digital automatizado, o que facilita tanto a votação bem como o processamento rápido dos resultados”, sublinha a informação sobre a observação feita pela CNE, reconhecendo que “não houve registo de quaisquer incidentes, senão alguns ataques cibernéticos que não conseguiram influenciar os resultados”.
Pouco mais de 17 milhões de eleitores moçambicanos são chamados às urnas em 09 de outubro próximo para as eleições gerais, que incluem a escolha de um novo Presidente da República, legislativas e para governadores e assembleias provinciais.
Na Venezuela, o atual Presidente, Nicolás Maduro, obteve 5,15 milhões de votos nestas eleições, à frente do candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia, que obteve pouco menos de 4,5 milhões (44,2%), de acordo com os números oficiais anunciados pelo presidente do CNE, Elvis Amoroso.
Os resultados foram anunciados depois de contados 80% dos boletins de voto e 59% dos eleitores terem comparecido às urnas. O resultado “é irreversível”, declarou.
A oposição venezuelana reivindica a vitória nas eleições presidenciais de domingo, com 70% dos votos, disse à imprensa a María Corina Machado. O candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia obteve 70% dos votos, afirmou a líder opositora, recusando-se a reconhecer os resultados proclamados pelo CNE.
Lusa