“O CDS entregou esta manhã um pedido para debatermos com urgência a situação atual da ADSE na Madeira – um debate potestativo – porque pretendemos, de uma vez por todas, esclarecer esta atual situação que afeta 46 mil utentes do serviço que não têm, neste momento, benefício nenhum”, disse António Lopes da Fonseca em conferência de imprensa no Funchal.
O líder e deputado centrista madeirense sublinhou que a “ASDE não traz benefícios aos utentes da região porque eles pagam tudo do seu bolso: consultas, exames de diagnóstico, cirurgias, próteses”, salientando que esta situação “não acontece nos Açores e no continente”
“Na Madeira, em concreto, não há qualquer benefício para os madeirenses”, sustentou.
Por isso, o CDS desta região autónoma pretende questionar o secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, “sobre esta matéria e qual é a razão por ter mudado a atual situação dos reembolsos na região”.
Lopes da Fonseca argumentou que os beneficiários da ADSE na Madeira “pagam 3,5% do ordenando para não ter benefícios” e que muitas famílias levam entre sete a oito meses para serem ressarcidas, quando nos Açores o prazo é de 60 dias e no continente “pagam apenas uma parte” da despesa.
“Aqui, na Madeira, têm de pagar tudo, isto é totalmente inaceitável”, opinou o dirigente centrista insular.
O líder do CDS/Madeira salientou que o partido “quer que o secretário regional da Saúde vá à Assembleia [Legislativa da Madeira] explicar porque razão a ADSE não está a funcionar em benefício verdadeiramente dos utentes, porque são eles que pagam e têm direito a esses benefícios”.
Concluiu que o executivo madeirense “não pode vir mais uma vez dizer que a responsabilidade é da República, porque não é”.
Nos últimos tempos, o sistema de proteção na saúde ADSE tem sofrido um conjunto de alterações, a mais significativa das quais o aumento das contribuições de 1% para 3,5% nos últimos três/quatro anos.
Em contraciclo a este aumento das contribuições, o valor das comparticipações tem vindo a ser reduzido.
No caso concreto da Madeira, os beneficiários descontam os mesmos 3,5% mas, regra geral, primeiro pagam tudo na totalidade e depois esperam pelo reembolso, quando no continente é o inverso: quando o beneficiário da ADSE utiliza os serviços de saúde (consultas, exames e cirurgias) é feito o desconto à cabeça e paga apenas a diferença.
c/LUSA