O líder do CDS-PP/Madeira anunciou hoje que o partido vai requerer a realização de um debate potestativo na Assembleia Legislativa da região sobre os incêndios da semana passada.
"O CDS anuncia que vai apresentar, no início da próxima semana legislativa, a proposta de um debate potestativo com a presença do Governo Regional sobre os fogos que assolaram neste mês", disse António Lopes da Fonseca, em conferência de imprensa, no Funchal.
O líder centrista realçou que o partido adotou uma "atitude responsável, solidária, sem aproveitamento político" durante esta altura e teve "equipas de voluntários que ajudaram as pessoas a ultrapassarem este drama".
"Mas agora chegou o momento de encontrarmos as soluções e, para tal, nós precisamos de não esquecer, porque a memória, infelizmente, é curta. Em 2010 também, o CDS alertou para a necessidade de encontrarmos as soluções para aquela tragédia e passados seis anos voltamos a ter uma tragédia ainda pior", sublinhou o responsável, aludindo ao temporal que há seis anos, a 20 de fevereiro, matou mais de 40 pessoas na ilha da Madeira.
Lopes da Fonseca sustentou ser necessário "analisar profundamente, num debate potestativo" no parlamento da Madeira, toda a situação.
O líder dos centristas madeirenses referiu que "ainda existem famílias que ficaram desalojadas no 20 de fevereiro à espera de realojamento" e surgem novos casos de pessoas a precisar de habitações.
"Não podemos ficar apenas nas imediações e há muita matéria que nós devemos analisar", vincou, considerando que "os madeirenses não podem viver constantemente sob a égide do medo, do fogo, das tormentas, das ventanias, das chuvas fortíssimas que causam tragédias, como a de 20 de fevereiro".
Na sua opinião, é necessário "ter condições que criem a tranquilidade, a paz, a segurança", porque as populações "não podem continuar a viver ao sabor da quase carolice e criatividade de quem governa para encarar toda uma situação tão grave como a vivida na semana passada".
"Não basta dizer que há estudos que impossibilitam a utilização de meios aéreos, não é por esse caminho. Nós temos de ver o exemplo que existe dos nossos vizinhos de Canárias, que têm ilhas com o mesmo relevo que a Madeira e têm meios aéreos para combater os fogos", argumentou.
O responsável mencionou que as intervenções nas florestas não foram suficientes e defendeu que o executivo madeirense "assumir as responsabilidades", ressalvado, porém, não querer o governo ou as autarquias.
O responsável disse "ser público que não houve uma coordenação perfeita entre o Governo Regional e a Câmara Municipal do Funchal".
No seu entender, "toda esta tragédia podia ter sido minimizada com uma prevenção diferente", com recurso a meios aéreos na região ou uma parceria com as Canárias (Espanha) e outros países.
C/Lusa