Num projeto de resolução, o CDS-PP recomenda ao Governo Regional (PSD) que pondere sobre o número de camas para a nova unidade hospitalar, lembrando que as atuais altas hospitalares ultrapassam as 600 na região.
"Antes de ser lançado o concurso público internacional, aconselhamos o Governo Regional a refletir sobre que tipo de hospital vai construir", disse o deputado, no plenário, salientando que as 550 camas previstas "são claramente insuficientes para a realidade da saúde na região e é um valor irreal e perigoso e para servir durante muitas décadas".
Mário Pereira defendeu que a nova unidade hospitalar, avaliada em 340 milhões de euros, deveria ter 650 camas, já que, em termos de gestão hospitalar, "deve haver sempre uma folga para gestão clínica sem situações de risco".
O deputado do PSD João Paulo Marques aproveitou a ocasião para lembrar que o projeto de 2004 do novo hospital, que previa 650 camas, mereceu a crítica do deputado centrista, que é médico de profissão e que então contestava as "obras megalómanas”.
Na altura, disse o social-democrata, o CDS afirmava que a Madeira deveria ter um hospital em conformidade com a sua população, cerca de 270 mil habitantes, e "não para um milhão de pessoas".
João Paulo Marques justificou as 550 camas sublinhando que a região passa por uma crise demográfica que aponta para uma população de 181.000 pessoas em 2080. Além disso, referiu, há uma aposta do Governo Regional na hospitalização domiciliária e na cirurgia de ambulatório.
A deputada do PCP Sílvia Vasconcelos contrapôs defendendo que um hospital não é um albergue para altas clínicas problemáticas, situação que deve ter, considerou, uma outra resposta social.
Os dois hospitais da Madeira – Dr. Nélio Mendonça e dos Marmeleiros – têm uma capacidade para cerca de 700 camas.
No Período Antes da Ordem do Dia, o líder do grupo parlamentar do PS, Vítor Freitas, já tinha indicado que a saúde regional "está muito pior" do que aquela que existia em 2015, altura em que o XII Governo Regional tomou posse.
Adolfo Brazão, do PSD, realçou que o ano de 2018 foi marcado na Madeira por "progresso e paz social", "estabilização financeira", "poder de compra a subir", "desemprego a descer" e "dívida global a diminuir", contrariando a situação nacional de "caos e greves".
Neste cenário, acrescentou, o Governo da República (PS) optou pela “quebra de promessas” e “desconsideração” pelo povo madeirense.
LUSA