O CDS/Madeira considerou hoje, na freguesia do Monte, no Funchal, que o Governo Regional deveria dar maior prioridade ao realojamento das pessoas afetadas pela intempérie do 20 de fevereiro de 2010 do que à substituição às obras nas ribeiras.
"O Governo Regional iniciou umas obras de consolidação dos leitos das ribeiras de São João e Santa Luzia, que vão custar 24 milhões de euros, quando ainda existem pessoas que necessitam de ser realojadas", disse o líder parlamentar do CDS no parlamento regional, Rui Barreto, numa visita ao sítio das Babosas, no Funchal, um dos locais afetados pelo temporal de 2010.
Essa aluvião provocou mais de 40 mortos, centenas de desalojados e prejuízos materiais avaliados em 1.080 milhões de euros na ilha.
O líder parlamentar centrista madeirense indicou que ainda existem 41 famílias desalojadas e que "faltam meio milhão de euros para concluir as suas casas", apontando ser "50 vezes mais do que vão custar as obras nas ribeiras".
Rui Barreto sustentou que o executivo madeirense deveria apostar e reunir os meios para resolver os problemas, em "primeiro lugar, no realojamento das famílias que foram fustigadas e que perderam as suas moradias".
Alguns imóveis "estão a ser alvos de recuperação para que lhes sejam entregues", acrescentou.
O responsável criticou também o Governo da República por o valor das taxas de juro do empréstimo feito à região — no âmbito do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro — ser superior ao que a República paga pelo empréstimo da ‘troika’ (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia).
"Não é admissível que na República se pague 2,8% de taxas de juro e na Madeira se pague 3,3%" disse, apelando a que o valor seja o mesmo.
Segundo Rui Barreto, cabe ao Governo Regional da Madeira levar esta matéria ao executivo da República, "para bem e para a justeza de todos os portugueses, inclusive madeirenses".
"Não pode haver dentro do mesmo país valores díspares", sublinhou.
O CDS recordou que quando o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visitou a Madeira, no dia 01 de julho, foi alertado para esta situação, concluindo que este assunto deve "voltar à agenda e à ordem do dia".
C/Lusa